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Estado de Minas DUBAI

Drones armados caseiros de rebeldes iemenitas ameaçam os Emirados


27/01/2022 17:24

Drones armados caseiros, capazes de viajar mais de mil quilômetros, ameaçam os Emirados Árabes Unidos, que já foram atingidos por armas desse tipo dos rebeldes huthis do Iêmen.

Esses aparelhos rudimentares, que usam peças de venda livre, foram usados em dois ataques contra os Emirados, integrante de uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita e que enfrenta os rebeldes.

A Arábia Saudita vem intervindo desde 2015 no Iêmen, país devastado pela guerra e por uma grave crise humanitária, para apoiar o governo iemenita contra os huthis, próximos ao Irã.

Um ataque de drone e míssil em Abu Dhabi matou três pessoas em 17 de janeiro, seguido por dois disparos de mísseis balísticos na segunda-feira, interceptados por forças dos EUA com base na capital dos Emirados.

Os rebeldes, que recentemente sofreram uma série de reveses no Iêmen, onde perderam terreno para uma força formada pelos Emirados, disseram que usaram esses drones no ataque de segunda-feira.

Essa ameaça "não deve se tornar a nova norma para os Emirados", disse à AFP um funcionário, que pediu anonimato.

Os Emirados "estão prontos para se defender. Os recentes ataques apenas reforçaram nosso compromisso de proteger o bem-estar de nossos moradores", acrescentou.

- "Facilmente acessível" -

As armas, feitas pelos huthis, são insignificantes em comparação com os sistemas de defesa antimísseis multibilionários dos Emirados, que estão entre os principais importadores mundiais de equipamentos militares.

Segundo rebeldes e analistas, seus drones Samad-3 têm um alcance de cerca de 1.500 quilômetros, ou seja, a distância entre Abu Dhabi e Sanaa, capital do Iêmen controlada desde 2014 pelos houthis.

Até recentemente, drones e mísseis tinham como alvo a Arábia Saudita, que faz fronteira com o Iêmen, causando baixas entre civis e danos à infraestrutura, especialmente instalações petrolíferas e aeroportos.

"Os emiradenses e os sauditas têm dificuldade em repelir esses ataques", diz James Rogers, especialista em assuntos de defesa e pesquisador associado da London School of Economics.

"Os ataques de drones e mísseis são notórios por serem difíceis de impedir, principalmente quando várias armas são lançadas ao mesmo tempo", acrescentou.

Os huthis usam drones e mísseis de médio alcance que voam "em baixas altitudes e velocidades, difíceis de detectar por radares convencionais".

Essa estratégia eficaz e barata também é adotada pelo movimento palestino Hamas, que atira da Faixa de Gaza contra Israel, bem como por combatentes xiitas que disparam contra as forças americanas no Iraque.

Os drones também são usados por exércitos convencionais, especialmente pelos americanos, como quando o general Qassem Soleimani, um alto comandante iraniano, foi assassinado no Iraque em 2020.

A Arábia Saudita e os Estados Unidos acusam o Irã de fornecer drones, mísseis e outras armas aos huthis, o que o governo de Teerã nega.

Os rebeldes iemenitas, por sua vez, afirmam fabricar os drones localmente, mas os componentes são iranianos, dizem analistas.

De acordo com James Rogers, que inspecionou os drones rebeldes apreendidos, "muitos deles eram réplicas locais de sistemas militares, semelhantes aos feitos pelo Irã".

Esse material é completado por motores, cabos, câmeras e sistemas de controle "facilmente acessíveis", o que torna os rebeldes mais autônomos, acrescentou o pesquisador.

- Sistemas velhos -

O Samad-3, o drone mais avançado dos huthis, pode ser equipado com 40 quilos de explosivos, segundo analistas e meios de comunicação dos rebeldes.

Esses drones usam GPS e "voam de forma autônoma ao longo de pontos de referência pré-programados", explicam especialistas do centro de estudos estratégicos e internacionais (CSIS), em um relatório de 2020.

Em 2011, os Emirados assinaram um contrato multibilionário para o sistema de proteção antimísseis THAAD (Theater High Altitude Area Defense), fornecido pela empresa americana Lockheed Martin.

Na semana passada, os Emirados também assinaram um contrato de defesa antimísseis de US$ 3,5 bilhões com uma empresa sul-coreana.

Em relação à Arábia Saudita, seu sistema de defesa antimísseis Patriot, de fabricação americana, tem um baixo saldo em termos de interceptação dos tiros vindos do Iêmen.

De acordo com especialistas, ele não foi projetado para repelir drones que voam baixo.

A Arábia Saudita possui 80 radares autônomos de defesa aérea, mas muitos são antigos.

LOCKHEED MARTIN


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