"Três pessoas morreram durante a travessia. Outras quatro chegaram com hipotermia severa e morreram durante a transferência para a ilha, após serem interceptadas pela Guarda Costeira italiana", relatou o prefeito Martello.
De acordo com o programa humanitário das igrejas evangélicas italianas, o Mediterranean Hope, as 280 pessoas a bordo são oriundas de Bangladesh, Egito, Mali e Sudão, e "quase todas se encontravam em estado de hipotermia severa".
As sete vítimas eram de Bangladesh, informou a imprensa italiana.
"O que mais surpreendente é o silêncio ensurdecedor do governo italiano e da Europa diante dessas mortes", lamentou Martello.
Os sobreviventes foram enviados para o centro de saúde e para o alojamento da pequena ilha, mais próxima da África do que da Itália.
O centro, que tem 250 vagas, abriga mais de 600 pessoas no momento e teme-se que mais imigrantes cheguem, fugindo da guerra e da pobreza.
O número de migrantes que chegaram à Itália aumentou de forma considerável, passando de 34.000, em 2020, para 64.500, em 2021.
"A chegada de migrantes se tornou um fenômeno permanente. Não há diferença entre o verão e o inverno", ressaltou Martello.
A comunidade de Sant'Egidio, próxima ao Vaticano e que trabalha para criar corredores humanitários para migrantes, expressou comoção por "esta enésima tragédia no mar".
"Não é aceitável morrer de frio a poucos metros da Europa", reagiu em nota, pedindo à Europa que "saia de sua letargia" e desenvolva "rotas de entrada legais".
"Esta tragédia mostra que, mesmo no inverno, é urgente aumentar o número de barcos de resgate no mar para que possam ajudar rapidamente os migrantes, salvar suas vidas e levá-los a um porto seguro", disse o porta-voz da Organização Internacional para as Migrações(OIM), Flávio Di Giacomo.
"Mais uma vez, uma nova tragédia ocorreu diante da indiferença geral. A União Europeia deve intervir para cessar um verdadeiro genocídio", tuitou o prefeito de Palermo, capital da Sicília.
Apesar das temperaturas abaixo de zero e do mar agitado, cerca de 1.750 pessoas chegaram à Itália desde o início do mês. É número elevado em comparação com as 379 que desembarcaram no mesmo mês do ano passado.
audima