A Turquia deverá pagar 13.300 euros (US$ 15.000) de indenização ao jornalista.
Depois de cobrir a repressão generalizada após o fracassado golpe de Estado contra o presidente Recep Tayyip Erdogan em julho de 2016, Yücel foi mantido em "prisão preventiva" por sem "razões plausíveis" sobre a possibilidade de cometer um crime, declarou a corte.
"A privação de liberdade" do jornalista de 48 anos "é analisada como uma 'interferência' no exercício de seu direito à liberdade de expressão", acrescenta o TEDH, ressaltando que isso também produz "um efeito dissuasivo" e " intimida a sociedade civil".
Sua prisão em fevereiro de 2017 provocou uma onda de indignação na Alemanha e tensionou as relações bilaterais. Após ser solto, o jornalista deixou o território turco e seguiu para a Alemanha em fevereiro de 2018, o que aliviou a tensão.
Em maio de 2019, o Tribunal Constitucional da Turquia considerou que seu direito à liberdade e segurança foi violado, assim como seu direito à liberdade de expressão e de imprensa.
Em julho de 2020, porém, um tribunal de Istambul condenou Yücel à revelia, impondo-lhe uma pena de quase três anos de prisão por "propaganda terrorista" em nome do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Esta sigla é considerada um "grupo terrorista" por parte de Ancara e de seus aliados ocidentais.
A Turquia está na 153ª posição do ranking mundial de liberdade de imprensa elaborado anualmente pela ONG Repórteres Sem Fronteiras.
ESTRASBURGO