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Estado de Minas BRUXELAS

UE busca coordenar resposta à Rússia pela crise com a Ucrânia


24/01/2022 11:13

Os chanceleres dos países da União Europeia (UE) mantêm uma reunião nesta segunda-feira (24) sobre como reagir à crise entre Rússia e Ucrânia, em um dia que começou com uma clara escolha europeia de se diferenciar dos Estados Unidos.

No dia anterior, o governo americano sugeriu a retirada dos familiares de seus diplomatas da Ucrânia, gesto acompanhado pelo Reino Unido nesta segunda-feira, mas que por enquanto não será seguido pela UE, à espera de informações que o justifiquem.

"Não vamos fazer o mesmo porque não conhecemos nenhuma razão específica (...). Não acredito que devamos dramatizar porque há negociações em andamento", disse o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

No entanto, Borrell lembrou que nesta segunda-feira o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, vai se juntar à reunião de chanceleres por videoconferência, e espera que o funcionário apresente informações adicionais.

"Pode ser que o secretário Blinken tenha mais informações e as compartilhe conosco", disse.

No domingo, os Estados Unidos pediram a retirada das famílias de seus diplomatas na Ucrânia diante do que chamou de "ameaça persistente de uma operação militar russa".

Ao mesmo tempo, apontou que os cidadãos americanos que moram na Ucrânia "deveriam considerar agora" deixar o país nos voos comerciais disponíveis ou outros meios de transporte.

Nesta segunda-feira, o governo da Ucrânia criticou a decisão americana e o porta-voz da chancelaria a classificou como "prematura" e "excessiva".

A França, por sua vez, apenas recomendou que as viagens não essenciais para a Ucrânia sejam adiadas por enquanto.

A Austrália recomendou a saída da Ucrânia para familiares de seus diplomatas e orientou seus cidadãos a evitarem viajar agora para o território ucraniano.

- Tensão que não acaba -

Nesse cenário, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) emitiu uma nota na qual detalhou o reforço da capacidade dissuasória e de defesa no flanco Leste da Europa, com o envio de aviões de combate e navios, além da promessa de envio de tropas.

Em resposta, o governo russo acusou a Otan e os Estados Unidos de "exacerbar" as tensões com a mobilização de forças militares para o Leste.

"As tensões se exacerbaram com anúncios e ações muito concretas por parte dos Estados Unidos e da Otan", disse à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

O funcionário denunciou a "histeria" na Europa pelas acusações que se multiplicam nas últimas semanas de uma invasão russa iminente.

Em Londres, o primeiro-ministro Boris Johnson disse que uma invasão russa na Ucrânia "poderia ser uma nova Chechênia".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lançou uma proposta de adotar um pacote de ajuda financeira adicional à Ucrânia no valor de 1,2 bilhão de euros (cerca de 1,36 bilhão de dólares).

Estados Unidos e os países da UE acusam a Rússia de ameaçar a Ucrânia com uma ação militar de grande escala, devido ao acúmulo de uma enorme capacidade militar ao longo da fronteira comum. A Rússia nega qualquer intenção de invadir o território ucraniano.

- Em busca de definições -

Enquanto aguardam os detalhes de Blinken, os diplomatas europeus multiplicaram esforços na última semana para definir as "sanções em massa" prometidas contra a Rússia.

Peritos das delegações e da Comissão Europeia prepararam uma série de opções, discutida com a maior confidencialidade, como complemento às medidas adotadas contra Moscou após a anexação da Crimeia em 2014.

A adoção de sanções por parte da UE exige unanimidade e os países do bloco estão divididos por seus diferentes graus de dependência energética.

O líder da Hungria, Viktor Orban, por exemplo, tem em sua agenda uma viagem a Moscou em fevereiro para discutir o fornecimento de gás ao seu país.

"A UE é formada por países e às vezes a visão e os interesses não são perfeitamente alinhados", disse um diplomata europeu.


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