Jornal Estado de Minas

HAVANA

Julgamentos de manifestantes prosseguem esta semana em Cuba

Os julgamentos dos detidos nas manifestações de 11 de julho prosseguem nesta semana em Cuba, com nove menores de 20 anos enfrentando penas de 15 a 18 anos de prisão, segundo um grupo local que mantém um registro de casos.



"Eu me sinto muito mal, isso é muito feio", disse Emilio Román à AFP por telefone, do lado de fora do tribunal de Havana onde dois de seus filhos, de 25 e 17 anos, eram julgados nesta segunda-feira.

Segundo o grupo 11J do Facebook, que acompanha os casos, esta semana 17 pessoas serão julgadas no Tribunal do Município de 10 de outubro, em Havana, e outras 28 em dois julgamentos sumários na província vizinha de Mayabeque.

Os filhos de Román são acusados de perturbação da ordem pública, atentado e propagação da Covid-19. A promotoria pede 20 anos de prisão para Yosney Emilio Román, 25, enquanto para seu irmão Emiyoslán, 17, pede 15 anos.

O Supremo Tribunal Popular realizou nesta segunda-feira uma cerimônia para analisar os "resultados e insatisfações" em 2021 do Judiciário, publicou a imprensa local. Seu presidente, Rubén Remigio Ferro, disse que a Justiça atuou em circunstâncias "muito complexas", e que os órgãos judiciais julgaram aqueles que "cometeram atos de vandalismo, agressões violentas contra autoridades e funcionários e outros atos criminosos graves", bem como aqueles que descumpriram as medidas contra a Covid.

Ferro apontou que as "fragilidades" do Poder Judiciário tiram "a credibilidade da atividade judicial e geram queixas e insatisfações justificadas entre a população".

A ativista Carolina Barrero e dois outros dissidentes foram presos quando "manifestavam-se pacificamente" do lado de fora do mais alto tribunal "exigindo a libertação imediata dos presos políticos em Cuba", informou no Twitter o grupo de reflexão política Arquipélago.

A autoridade judicial não informou o número de pessoas presas e processadas pelas manifestações que eclodiram em 11 de julho, que deixaram um morto e dezenas de feridos. De acordo com a ONG de defesa dos direitos humanos Cubalex, 1.355 pessoas foram presas, das quais 719 permanecem privadas de liberdade.

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