Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Buldogue francês, o cachorro dos famosos que virou alvo de ladrões

Os dois bandidos que apontaram violentamente uma arma para Marieke Bayens, uma californiana de 27 anos, não queriam nem seu dinheiro nem sua vida. Queriam Merlyn, o cãozinho que ela levou para passear, pelo fato de ser um buldogue francês.



De Nova York a Los Angeles, de Miami a Chicago, os roubos de cães dessa raça canina aumentam sem parar nos Estados Unidos.

Pequeno e fácil de pegar e transportar, um buldogue francês custa milhares de dólares no mercado clandestino por ser o cachorro preferido das estrelas.

A vítima mais famosa foi a Lady Gaga. No ano passado, homens armados sequestraram dois de seus "French bulldogs", Koji e Gustav. Na operação, abriram fogo e feriram o funcionário encarregado de passear com eles.

A cantora ofereceu uma recompensa de 500.000 dólares e finalmente recuperou seus dois amigos de quatro patas.

Marieke Bayens sofreu um golpe parecido em Oakland, enquanto passeava com Merlyn, o cachorro que ganhou de presente de uma amiga. O assalto aconteceu no meio da rua em 26 de novembro às seis da tarde.



"Estava esperando que Merlyn terminasse de fazer cocô quando vi que duas pessoas se aproximavam. A princípio não suspeitei, porque usavam máscara como todo o mundo, mas notei que usavam luvas cinzas e isso me chamou a atenção", disse à AFP.

"Um instante depois, um deles estava na minha frente e apontando a arma para a minha cara. Me disse: 'Me dá o cachorro!'", conta. "O outro já havia agarrado Merlyn do chão e, diante da minha falta de resposta, o que segurava a arma arrancou a coleira das minhas mãos. Correram para um carro e fugiram por uma rua na direção contrária".

Em outras partes do país, a polícia observa a mesma determinação fria entre os ladrões de "Frenchies".

Mas por que os buldogues franceses são alvo dos bandidos? Primeiro pelo seu preço de compra - entre 3.500 e 5.000 dólares em média, ou inclusive mais - e depois porque é difícil consegui-los, comenta com a AFP Brandi Hunter Munden, vice-presidente do American Kennel Club.



"É uma raça que não tem ninhadas grandes e encontrar um pode demorar", comenta esta especialista. "O fato de serem cada vez mais populares explica o aumento do número de roubos. Mas o uso da violência é um fenômeno novo e preocupante."

Diante da onda do "dognapping" (jogo de palavras em inglês entre dog = cachorro e kidnapping = sequestro), os especialistas recomendam para proteger o cão tão apreciado instalar nele um chip eletrônico, nunca deixá-lo sem supervisão, guardar seus documentos de identidade em um local seguro, fechar as portas para que não saia, colocar um colar GPS, ter cuidado com estranhos que entrarem em casa...

Mas o conselho mais importante e provavelmente o menos seguido refere-se às redes sociais: evitar a todo custo publicar fotos ou vídeos do cachorro, facilmente geolocalizáveis.

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