A AFP "está decidida a defender o exercício da profissão de jornalista e apresentará uma denúncia na segunda-feira", afirmou Fries. A agência de notícias levará a questão ao Ministério Público em nome dos dois jornalistas agredidos.
"A AFP condena a banalização dos ataques verbais e agora físicos contra seus funcionários e está preocupada com o nível de violência que foi alcançado", completou Fries.
No sábado, dois videojornalistas da AFP e dois seguranças que os acompanhavam foram agredidos violentamente enquanto cobriam uma manifestação contra o passaporte de vacinação, convocado em Paris, pelo candidato presidencial de extrema-direita Florian Philippot.
Depois que um homem encapuzado incentivou o ataque aos jornalistas no megafone, pelo menos cinquenta pessoas, identificadas como de extrema-direita pelos jornalistas, tentaram atacar uma cinegrafista da AFP. Agentes de segurança interviram e permitiram que eles fugissem.
Os agentes foram então espancados, inclusive com cassetetes, enquanto protegiam os jornalistas, que foram atingidos por cerca de vinte manifestantes. Eles receberam ameaças de morte e um dos seguranças foi espancado e atingido na cabeça com uma garrafa.
O ministro francês do Interior, Gerald Darmanin, pediu neste domingo a foto de um grupo de ativistas de extrema direita suspeitos de terem marchado em Paris no sábado e ter feito uma saudação nazista "às margens da manifestação contra o passe".
"O ataque de uma equipe da AFP e as ameaças de morte contra ela mostram um grau de violência preocupante. Aqueles que a realizaram devem ser processados e condenados. A Justiça deve mostrar que é capaz de punir com firmeza os autores de tais atos", declarou Christophe Deloire, diretor da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
PARIS