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Estado de Minas CIDADE DA GUATEMALA

Caravana de migrantes que tentava chegar aos EUA se desfaz ao entrar na Guatemala


15/01/2022 20:40

A caravana de centenas de migrantes que partiu neste sábado (15) de San Pedro Sula, norte de Honduras, com a intenção de chegar aos Estados Unidos, se dissipou ao entrar na Guatemala devido aos controles impostos pelas autoridades.

Embora tenham chegado de forma compacta a Corinto, fronteira com a Guatemala, separaram-se em pequenos grupos para entrar. No entanto, ao precisarem apresentar documento de identificação e teste negativo para covid-19, foram detidos e devolvidos ao solo hondurenho, observou um fotógrafo da AFP.

Com poucos pertences em malas e mochilas, cerca de 500 pessoas deixaram o grande terminal de transporte de San Pedro Sula, 180 km ao norte de Tegucigalpa, em direção a Corinto, onde chegaram horas depois de uma longa viagem a pé, ônibus ou carros.

Eles estão buscando "um futuro melhor para a família", declarou um nicaraguense que disse se chamar Ovaldo e não deu sobrenome.

Natural de Manágua, Ovaldo lamentou que a situação em seu país "é bastante difícil", por isso viajava com sua família sabendo que "é um caminho muito duro".

Assim como ele, dezenas de homens e mulheres, alguns com filhos, se reuniam no terminal desde a tarde de sexta-feira.

Ao amanhecer, saíram cerca de uma centena de pessoas e com as primeiras luzes do sábado os outros começaram a caminhar pela beira da estrada, sob um sol forte e temperaturas elevadas.

"Pedimos a Deus e ao governo hondurenho, já que ainda estamos em território hondurenho, que nos acompanhe até a fronteira com a Guatemala, que não tenhamos mais retenções", implorou Ovaldo.

"Vamos praticamente sem recursos ao governo guatemalteco, se você está vendo, por favor, deixe-nos passar, não queremos criar transtornos em nenhum desses países, queremos continuar nossa caminhada", disse à AFP .

Aos hondurenhos se juntaram nicaraguenses, haitianos, venezuelanos e africanos que atravessaram diferentes fronteiras por pontos cegos, caminhando em direção aos Estados Unidos em um fluxo migratório sem fim, embora a grande maioria não consiga atravessar desde o México.

Um jovem de 17 anos que se identificou como Daniel, natural de Villanueva, a 10 km de San Pedro Sula, afirmou a jornalistas que emigrava por "necessidade econômica basicamente".

É preciso "buscar um futuro melhor, é muito difícil aqui, não há boa educação e não há apoio do governo para poder estudar", apontou.

De acordo com o Instituto Guatemalteco de Migração, policiais e soldados aumentaram os controles em Corinto para verificar se as pessoas cumpriam os requisitos para ingressar no país, caso contrário seriam impedidas de passar.

As autoridades guatemaltecas informam que cerca de 150 pessoas entraram no país por postos não autorizados e, por falta de documentos e exames de saúde, foram proibidas de ficar.

A última caravana de cerca de 7.000 pessoas partiu em janeiro de 2021. Foi desarticulada na Guatemala, ao ser atacada com paus e gás lacrimogêneo por centenas de militares, de forma que os migrantes tiveram que retornar a Honduras.

Uma dúzia de caravanas iniciaram sua marcha desde outubro de 2018 em San Pedro Sula. A maioria falhou devido a bloqueios das autoridades dos Estados Unidos.

Os migrantes alegam como motivo a falta de oportunidades para ter uma vida digna, a violência dos narcotraficantes e membros de gangues que os assolam em suas comunidades e fenômenos naturais, como enchentes e secas causadas pelas mudanças climáticas.


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