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Estado de Minas MELBOURNE

Governo australiano volta a anular visto de Djokovic


14/01/2022 08:33

O governo da Austrália revogou, nesta sexta-feira (14), pela segunda vez, o visto do tenista Novak Djokovic, que chegou ao país em 5 de janeiro sem estar vacinado contra a covid-19 e, desde então, protagoniza uma inédita batalha para evitar sua deportação.

Na sequência, o juiz que bloqueou a expulsão do tenista sérvio programou uma audiência de emergência para hoje.

"Uma audiência será realizada esta noite, às 20h45 locais com o juiz Anthony Kelly", disse um porta-voz do tribunal em um comunicado.

E, logo depois, um advogado do Executivo anunciou que o governo aceitava adiar os esforços para sua deportação até que o embate legal seja encerrado.

Neste meio-tempo, a defesa do número um do tênis mundial pediu à Justiça australiana que impeça sua expulsão, anunciou seu advogado, Nick Wood. Ele informou que seu cliente não está retido pelas autoridades no momento e pediu que ele seja mantido em liberdade, enquanto durar o processo.

"Estamos muito preocupados com o tempo", afirmou Wood diante do juiz, a três dias do início do Aberto da Austrália.

Djokovic, de 34 anos, sonha com conquistar seu 21º Gran Slam neste torneio e superar o espanhol Rafa Nadal e o suíço Roger Federer. Este último se encontra ausente por lesão. O Aberto começa na segunda-feira (17).

O visto foi cancelado pelo governo nesta sexta, em sua batalha para deportar Djokovic por não estar vacinado contra a covid-19.

Em um comunicado, o ministro da Imigração, Alex Hawke, disse ter tomado esta decisão por motivos de "saúde e ordem pública". Este cancelamento implica que Djokovic pode ter sua entrada proibida no país por três anos, exceto sob certas circunstâncias.

De acordo com a nota divulgada pelo ministro, o Executivo do primeiro-ministro Scott Morrison está "firmemente comprometido com a proteção das fronteiras australianas, sobretudo, neste contexto de pandemia da covid-19".

Segundo o premiê Morrison, o objetivo da medida é proteger o resultado dos sacrifícios feitos pelos cidadãos de seu país contra o coronavírus.

"Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante esta pandemia e esperam, como é lógico, que o resultado desses sacrifícios seja protegido", afirmou Morrison em um comunicado divulgado hoje.

- Longa novela

Há dez dias, Djokovic viajou para a Austrália depois de conseguir uma isenção, por parte dos organizadores do torneio, por ter testado positivo para covid-19 em meados de dezembro.

Ao chegar ao país, porém, as autoridades fronteiriças consideraram uma infecção recente insuficiente para justificar uma exceção. O jogador então teve seu visto cancelado e foi enviado para um centro de detenção de migrantes.

O tenista ficou retido no local até a última segunda-feira (10), quando seus advogados conseguiram que um juiz australiano soltasse seu cliente. A decisão foi tomada tendo como base um erro de procedimento durante um interrogatório a Djokovic no aeroporto de Melbourne.

Desde então, o tenista vem treinando normalmente nas instalações do Aberto da Austrália. Na quinta-feira (13), os organizadores do torneio incluíram o sérvio como o primeiro cabeça de chave do sorteio.

Hoje mais cedo, antes do anúncio oficial de seu colega Hawke, o ministro da Fazenda, Simon Birmingham, insistiu em que a Austrália permite a entrada em seu território apenas de pessoas com o esquema completo de vacinação, ou com uma declaração de isenção médica aceita.

"Esta política não mudou e continuaremos a aplicá-la, rigorosamente", declarou à televisão local ABC.

- 'Nos fez passar por idiotas' -

Esta semana, em meio ao escândalo, Djokovic reconheceu "erros". Em uma comunicado, admitiu que a declaração de viagem entregue às autoridades continha informação falsa, mas alegou que foi preenchida por um membro de sua equipe.

Ele também admitiu ter errado, ao se encontrar com um jornalista do jornal francês L'Équipe em 18 de dezembro, mesmo sabendo que estava infectado com coronavírus.

O caso também é bastante polêmico no circuito.

Alguns jogadores consideram que as autoridades deveriam permitir a participação do número um do mundo, mas outros não são tão receptivos.

É o caso do grego Stefanos Tsitsipas, número quatro do mundo, que acusou o sérvio de "ter jogado com suas próprias regras".

"Isso exige muita audácia e coloca todo torneio em perigo (...) Não acho que haja tenistas que teriam feito o mesmo", disse ele em entrevista ao veículo indiano WION.

Tsitsipas lamentou que quase todos os jogadores do Grand Slam tenham-se vacinados, mas que "outros escolheram por seguir seu próprio caminho, o que faz a maioria passar por idiota".

Este caso aumentou a pressão sobre o governo conservador de Morrison, que enfrenta eleições gerais em maio.

Durante quase dois anos de pandemia, os australianos foram submetidos a restrições muito severas. Entre elas, está o estrito fechamento das fronteiras, que manteve os cidadãos no exterior separados de suas famílias por um longo tempo.


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