Jornal Estado de Minas

MOSSUL

Mais de 100 famílias de jihadistas do EI são repatriadas ao Iraque

Cento e onze famílias iraquianas (403 pessoas) ligadas ao grupo Estado Islâmico (EI) foram transferidas do campo de Al Hol, na Síria, para o de Al Jadaa, ao sul da cidade iraquiana de Mossul, informaram autoridades do Iraque nesta segunda-feira (10).



Desde maio de 2021, 339 famílias relacionadas a jihadistas do EI já foram enviadas para Al Jadaa a partir de Al Hol, onde vivem cerca de 62 mil pessoas, metade das quais são iraquianas. Entre esse total, estão 10 mil famílias de combatentes estrangeiros do EI.

No campo de Al Jadaa vivem mil famílias originárias principalmente das províncias de Saladino, Nínive e Ramadi.

Mas seu retorno ao Iraque gera polêmica entre uma população em parte martirizada por três anos pelos abusos do EI, que ocupou até um terço do território iraquiano entre 2014 e 2017.

"As 111 famílias de combatentes do grupo EI chegaram no sábado" a Al Jadaa, disse à AFP uma autoridade local, que pediu anonimato.

No início de dezembro, as autoridades iraquianas informaram sua intenção de fechar Al Jadaa, o último campo para deslocados no Iraque fora da região autônoma do Curdistão, onde existem 26 instalações desse tipo.

No entanto, desde então, o dossiê não parece ter avançado. O retorno dos deslocados às suas regiões de origem requer um processo longo e complicado, que muitas vezes esbarra com a relutância por parte das populações locais em permitir que seus antigos vizinhos voltem para casa.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o conflito com o EI provocou o deslocamento de seis milhões de iraquianos. Quatro anos após o Estado iraquiano declarar sua "vitória" sobre os jihadistas, 1,2 milhão de iraquianos ainda não retornaram.



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