Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

Advogados de Ghislaine Maxwell, condenada por tráfico sexual, pedem novo processo

Os advogados da britânica Ghislaine Maxwell, condenada por tráfico sexual no final de dezembro, solicitaram um novo julgamento nesta quarta-feira (5), alegando que um dos jurados revelou ter sido vítima de abuso sexual, o que teria influenciado outros membros do júri, de acordo com um documento do tribunal.



No pedido datado desta quarta-feira, os advogados citam um artigo do Daily Mail em que um dos jurados confessou ter levado em consideração suas memórias de infância durante as deliberações.

A defesa considera que esses comentários de Scotty David - nome do jurado - são "razões irrefutáveis para um novo julgamento".

"O jurado disse aos repórteres que revelou durante as deliberações que tinha sido vítima de abuso sexual e descreveu sua memória do evento. De acordo com o júri, essa revelação influenciou as deliberações e convenceu os outros jurados a condenar a senhorita Maxwell",escreveram os advogados.

O incidente é levado muito a sério pelo gabinete do procurador-geral de Manhattan, que sugeriu que o tribunal "conduzisse uma investigação" e propusesse uma "audiência" sobre o assunto "em cerca de um mês".

Segundo os promotores, é preciso apurar se o homem revelou durante o processo de constituição do júri - ou seja, antes do julgamento - que havia sido vítima de abuso sexual.



David foi evasivo sobre o tema nas entrevistas, dizendo que não se lembrava dessa pergunta, mas que responderia honestamente se o questionamento fosse feito.

Após 40 horas de deliberações em cinco dias, o júri considerou Maxwell culpada de cinco acusações que pesavam contra ela, incluindo a mais grave: a de tráfico sexual com seu ex-parceiro, o bilionário Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão em 2019.

Uma data para o anúncio da sentença ainda não foi anunciada.

Paralelamente, os tribunais norte-americanos examinam a ação civil movida por uma das vítimas do casal, Virginia Giuffre, contra o príncipe britânico Andrew, a quem acusa de tê-la estuprado em 2001, quando ela tinha 17 anos.

O príncipe Andrew, que frequentava o casal Epstein-Maxwell, nega as acusações.

Daily Mail

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