O presidente russo, Vladimir Putin, assinou a lei em junho, tornando ilegal que champanhes importados usem a tradução russa "Shampanskoe" em suas garrafas, reservadas apenas para vinhos espumantes russos.
Os produtores franceses ainda podem usar a palavra em francês, mas terão de escrever "vinho espumante" em cirílico no verso das garrafas, uma heresia para as casas que afirmam que nada pode se comparar a seu esplendor único.
Há anos lutam para salvaguardar a sua denominação de origem controlada para uso exclusivo em todo o mundo, através das disposições do Acordo de Lisboa de 1958.
Mas a Rússia é um dos vários países - incluindo os Estados Unidos - que não são signatários, e as negociações para convencer o governo russo a revogar a lei falharam até agora.
Em outubro, no entanto, a França obteve uma moratória de dois meses, permitindo-lhe vender estoques já enviados para a Rússia, ao mesmo tempo em que removeu "Shampanskoe" de seus rótulos de exportação.
"Isso nos permitiu garantir que as garrafas não conformes enviadas antes de julho pudessem ser vendidas", disse o Comitê de Champagne, um órgão da indústria, em um comunicado.
Enquanto isso, as negociações continuam, disse um funcionário do Ministério do Comércio francês à AFP, que pediu para não ser identificado pelo nome.
"Continuamos mobilizados, com a Comissão Europeia, para continuar trabalhando neste assunto e defender a nossa indústria de vinhos e licores, incluindo o champanhe", disse o responsável.
A Rússia é o 15º mercado de exportação do champanhe francês, com 1,8 milhão de garrafas vendidas no país em 2019, ou seja, 1,5% do total das vendas.
Para o Comitê Champagne, o russo "é um mercado promissor e de alto valor".
PARIS