A coalizão, que apoia desde 2015 o governo iemenita em seu conflito contra os huthies, próximos ao Irã, afirmou que destruiu depósitos de armas em Sanaa, uma posição controlada pelos rebeldes, segundo a agência oficial Saudi Presse Agency (SPA).
"A operação em Sanaa foi uma resposta imediata contra a tentativa de transferir armas do campo de Al Tashrifat para Sanaa", afirmou a coalizão em um comunicado.
A coalizão prometeu divulgar as provas do envolvimento do movimento libanês pró-Irã Hezbollah no conflito no Iêmen.
"A coalizão apresentará evidências que mostram que o Hezbollah está usando o aeroporto (de Sanaa) para atacar o reino", segundo a SPA.
A Arábia Saudita acusa há muitos anos o Irã de fornecer armas aos huthis e o Hezbollah de treinar os insurgentes. Teerã admite o apoio político aos rebeldes, mas nega entregar armamento.
No Twitter, o embaixador da Arábia Saudita no Iêmen, Mohammed al-Jaber, comparou os huthis ao Hezbollah, ao afirmar que usam armas iranianas para atacar seu país.
Na quinta-feira, a Marinha dos Estados Unidos anunciou a apreensão de 1.400 fuzis AK-47 e munição em um barco pesqueiro que, segundo os militares americanos, saiu do Irã e estavam destinados aos rebeldes iemenitas.
- Intensificação do conflito -
O conflito se intensificou no Iêmen nos últimos dias. A Arábia Saudita anunciou no sábado o início de uma operação militar "em larga escala" no país, depois de um ataque reivindicado pelos huthis na Arábia Saudita que deixou dois mortos e sete feridos.
Este foi o primeiro ataque com vítimas fatais dos rebeldes huthis contra o reino saudita desde 2018, embora eles disparem mísseis e drones contra aeroportos e infraestruturas de petróleo sauditas com frequência.
Nos ataques de represália da coalizão, três pessoas morreram e seis ficaram feridas, de acordo com fontes médicas iemenitas.
Após a tomada da capital Sanaa em 2014, os huthis assumiram o controle de grande parte do norte do Iêmen, apesar da intervenção militar saudita.
As incursões da coalizão esta semana já haviam provocado o fechamento do aeroporto da capital, o que prejudicou o pouso de aviões das organizações humanitárias e da ONU.
Os ataques recentes dos huthis contra a Arábia Saudita foram condenados por vários países, incluindo Estados Unidos e França.
De acordo com a ONU, 377.000 pessoas morreram pelas consequências diretas e indiretas do conflito, como a falta de água potável, a fome e as doenças.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU anunciou na quarta-feira que foi "obrigado" a reduzir a ajuda ao Iêmen, pela falta de recursos suficientes, apesar do aumento da fome e dos riscos em uma das piores crises humanitárias do mundo.
RIAD