Jornal Estado de Minas

BRUXELAS

UE quer que seus interesses sejam considerados nas negociações EUA-Otan com a Rússia

A União Europeia (UE) espera que os Estados Unidos e a Otan representem seus interesses durante as discussões com a Rússia sobre a segurança europeia, disse nesta quarta-feira (22) o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.



"A UE colaborará com os Estados Unidos e a Otan para garantir que seus interesses sejam representados durante qualquer possível discussão com a Rússia sobre a segurança europeia", afirmou o espanhol Borrell em um comunicado.

O responsável pela diplomacia russa, Sergey Lavrov, anunciou que as primeiras negociações Rússia-Estados Unidos e Rússia-Otan sobre as garantias de segurança exigidas por Moscou durante a crise na Ucrânia seriam em janeiro.

O Ocidente acusa Moscou de realizar operações agressivas, visto que o exército russo destacou dezenas de milhares de homens em sua fronteira com a Ucrânia, da qual a Rússia já anexou uma parte de seu território (Crimeia).

"No dia de hoje, a segurança na Europa está ameaçada", declarou Borrell. Ele também observou que a UE "e seus parceiros e aliados" responderiam "com firmeza a qualquer nova violação da soberania da Ucrânia", mas também clamou por diálogo e negociação.

"Qualquer nova discussão sobre segurança na Europa deve ter como base os compromissos e obrigações da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) e das Nações Unidas (...). Este tipo de discussão deve ser inclusiva e deve levar em consideração as preocupações e interesses de todas as partes", ressaltou.

A Rússia apresentou na semana passada dois projetos de tratados, um com os Estados Unidos e outro com a Otan, resumindo suas demandas para uma desescalada.

Esses textos proíbem a expansão da Aliança Atlântica, integrando a Ucrânia em particular, e limitam a cooperação militar ocidental na Europa Oriental e países da ex-URSS, sem exigir medidas semelhantes da Rússia.



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