Após uma versão rejeitada na segunda-feira pela China e Rússia, assim como por Índia, França e Reino Unido, o novo texto enviado ao Conselho pode ser votado em breve, segundo fontes diplomáticas.
A posição de Pequim sobre o novo projeto ainda não foi revelada.
O mesmo destaca que "pelo período de um ano, a assistência humanitária e outras atividades relacionadas às necessidades humanas básicas no Afeganistão não violam" a resolução 2255 de 2015, que impõe sanções ao Talibã.
"Se autoriza a gestão e o pagamento de fundos, ativos financeiros ou recursos econômicos e o fornecimento de bens e serviços necessários para garantir o suporte a essas atividades", acrescenta.
Também "estimula os fornecedores" de ajuda humanitária a "minimizar qualquer vantagem", direta ou indireta, a indivíduos ou entidades objetos de sanções. Também está previsto um controle do destino da ajuda nos dois meses seguintes a sua concretização.
A China, com o apoio da Rússia, bloqueou na segunda-feira um primeiro projeto de resolução dos Estados Unidos que previa um mecanismo de isenções humanitárias às sanções econômicas impostas ao Afeganistão.
O embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, disse no Twitter que "a ajuda humanitária e a assistência para salvar vidas devem poder chegar ao povo afegão sem obstáculos". "As condições ou restrições criadas artificialmente não são aceitáveis", acrescentou.
A China, que "se opõe por princípio às sanções, é contra um mecanismo de isenções caso a caso", confirmou um diplomata.
Aliados de Washington, como Índia, França e Reino Unido, também expressaram oposição ao primeiro projeto, por "preocupações sobre um eventual abuso das isenções sem um mecanismo de controle sólido e sem limites de tempo", explicou outro diplomata à AFP.
Após o retorno dos talibãs ao poder, em meados de agosto, os Estados Unidos congelaram cerca de 9,5 bilhões de dólares do banco central afegão.
O Banco Mundial, que havia suspendido até o fim de agosto sua ajuda a Cabul, anunciou no último dia 10 uma ajuda humanitária de 280 milhões de dólares direcionada ao Unicef e ao Programa Mundial de Alimentos.
O valor, no entanto, é insuficiente, visto que o país está à beira de um colapso financeiro e econômico.
"A necessidade de liquidez e estabilização do sistema bancário é urgente, não apenas para salvar o povo afegão, mas também para permitir que as organizações humanitárias façam o seu trabalho", assinalou ontem o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, durante uma reunião ministerial no Paquistão.
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