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Estado de Minas CAIRO

Ativista da revolução egípcia de 2011 é condenado a 5 anos de prisão


20/12/2021 20:08 - atualizado 20/12/2021 20:14

Alaa Abd El-Fattah, personagem de destaque da revolução egípcia de 2011, foi condenado nesta segunda-feira (20) a cinco anos de prisão, e outras duas pessoas receberam penas de quatro, informaram sua irmã e uma fonte judicial.

Abd El-Fattah, seu advogado Mohamed El-Baqer e o blogueiro Mohamed "Oxygen" Ibrahim foram sentenciados sob a acusação de "difundir notícias falsas" por um tribunal especializado do Cairo.

"Alaa foi condenado a cinco anos, Baqer e Mohamed Oxygen a quatro", tuitou Mona Seif, a irmã de Abd El-Fattah.

"O juiz foi covarde demais até mesmo para nos informar", afirmou, após a sentença decidida pelo tribunal de crimes contra a segurança do Estado na capital egípcia.

Uma fonte judicial, sob condição de anonimato, confirmou o veredicto à AFP.

As sentenças deste tribunal não estão sujeitas a recursos e, além disso, necessitam da aprovação final do presidente, Abdel Fattah al-Sisi.

Abd El-Fattah é programador, blogueiro e ativista de alto perfil. Ele mobilizou a juventude durante a revolução de 2011, que provocou a queda do autocrata Hosni Mubarak, e estava em prisão preventiva desde setembro de 2019.

Abd El-Fattah foi preso por realizar protestos noturnos incentivados por um empreiteiro rico no exílio, que pedia a destituição de Al-Sisi, acusando-o de corrupção. Baqer e Ibrahim também foram detidos durante uma onda de repressão.

No sábado (18), o Ministério das Relações Exteriores egípcio qualificou o pedido de libertação feito pela Alemanha para os três dissidentes como "intromissão flagrante e sem justificativa nos assuntos internos do Egito".

Os Estados Unidos, que já congelaram 10% de sua ajuda pelas reiteradas violações aos direitos humanos no Egito, expressaram sua "decepção" com as condenações.

"Os jornalistas, os ativistas dos direitos humanos e todos os que querem exercer pacificamente sua liberdade de expressão deveriam poder fazê-lo sem correr riscos" de sofrer represálias, disse o porta-voz diplomático americano Ned Price.

Organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que existem pelo menos 60.000 presos políticos no Egito, em condições deploráveis, amontoados nas celas.

Em uma entrevista de 2019 concedida ao programa 60 Minutes da rádio CBS, dos Estados Unidos, Al-Sisi afirmou que não havia presos políticos no Egito.

O ex-comandante em chefe do Exército da república árabe se tornou presidente em 2014, após liderar um golpe de Estado contra o presidente islamista Mohamed Mursi - o primeiro a ser eleito democraticamente no país - um ano antes.

Desde então, qualquer forma de dissidência é duramente reprimida no país. Entre os detidos por criticar o comando político há acadêmicos, jornalistas, advogados, ativistas, atores, políticos de oposição, entre outros.

CBS CORPORATION


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