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Estado de Minas BUENOS AIRES

Rejeição do orçamento argentino no Congresso afeta negociações com FMI, diz governo


17/12/2021 20:34

O governo argentino sofreu um revés nesta sexta-feira (17) na Câmara dos Deputados com a rejeição do projeto do orçamento de 2022, um contratempo que "afeta" as negociações em curso com o Fundo Monetário Internacional (FMI), disse o ministro da Economia, Martín Guzmán.

"Sabemos o que implica 'retornar um orçamento', especialmente na situação atual da Argentina", ressaltou o ministro em uma série de tweets.

"Em primeiro lugar, isso nos enfraquece como Estado-nação dentro da Argentina e diante do mundo. E isso nos dói. Em segundo lugar, significa rejeitar a programação macroeconômica que tem sido a base das negociações com o FMI para refinanciar a dívida absurda e danosa de 44 bilhões que ocupou o mesmo espaço político que hoje 'retornou' o orçamento. E, claro, isso afeta as negociações", disse Guzmán.

Após o revés parlamentar, o presidente Alberto Fernández realizou uma videoconferência com a chefe do FMI, Kristalina Georgieva, na qual também participou Guzmán, informaram fontes do governo à AFP e, mais tarde, confirmou Georgieva no Twitter.

"Muito boa a reunião com o presidente @alferdez sobre como avançar em nosso trabalho para sustentar a recuperação da Argentina e enfrentar seus desafios econômicos. Nossas equipes estão totalmente empenhadas em continuar a trabalhar para um programa do FMI" com o país sul-americano, escreveu a titular do Fundo.

Segundo fontes oficiais, o diálogo "já estava programado há alguns dias".

A Argentina busca fechar um novo acordo de ampliação de facilidades para reprogramar o pagamento de um empréstimo de 44 bilhões de dólares que a agência concedeu à Argentina durante o governo do liberal Mauricio Macri (2015-2019).

O acordo vigente obriga o país sul-americano a assumir compromissos de quase 40 bilhões de dólares entre 2022 e 2023 e de cerca de cinco bilhões em 2024, em um contexto de crise e fragilidade de suas reservas monetárias internacionais.

- Rejeição parlamentar -

Após 20 horas de sessão, nesta sexta-feira, o orçamento foi rejeitado por 132 votos contra dos blocos de oposição, enquanto o partido no poder teve apenas 121 a favor.

O projeto previa para 2022 um crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), uma inflação de 33% (em comparação com 50% em 2021) e um dólar cotado a 131 pesos (hoje 107) no câmbio oficial.

"O ministro Martín Guzmán propõe um cenário idílico, com crescimento e baixa inflação, ignorando a situação crítica que o país atravessa com um déficit fiscal que não pode ser financiado, inflação superior a 50%, brecha cambial de 100% e déficit fiscal de 3 pontos do PIB", argumentou o deputado oposicionista Luciano Laspina ao justificar a rejeição.

Do ponto de vista técnico, o governo poderá agora prorrogar por decreto o orçamento de 2021, o que lhe daria maior margem de manobra para a alocação de itens orçamentários.

A última situação semelhante ocorreu na Argentina foi em 2011, quando a então presidente Cristina Kirchner (2007-2015) teve que governar com o orçamento do ano anterior devido à rejeição parlamentar do projeto oficial, em um Congresso que não estava a seu favor após perder as eleições legislativas de 2009.

Agora, na Câmara Baixa, o partido governante enfrenta uma nova composição após as legislativas de novembro, em que ficou quase em paridade com o maior bloco opositor Juntos por el Cambio, liderado pelo ex-presidente Macri.


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