A Parlamentar do Senado, Elizabeth MacDonough, uma autoridade não eleita encarregada de interpretar as regras de procedimento da Câmara Alta, rejeitou a terceira tentativa dos democratas de fornecer um caminho à cidadania para milhões de imigrantes sem documentos por meio do projeto de lei "Build Back Better" (BBB, na sigla em inglês).
Segundo MacDonough, a proposta apresentada pelos legisladores "não difere muito em seu efeito" das duas anteriores já indeferidas por exceder o escopo de uma norma orçamentária.
As propostas protegeriam todos os imigrantes que chegaram ilegalmente até 2011 contra a deportação e os autorizava a trabalhar por períodos de até 10 anos. Os beneficiários foram estimados em 6,5 milhões de pessoas.
"A decisão da parlamentar é profundamente decepcionante e relega milhões a um futuro incerto e assustador", disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, a repórteres.
"O presidente, a administração e nossos parceiros no Capitólio discordam veementemente desta decisão e continuarão lutando para fornecer alívio e proteção aos muitos DREAMers, titulares de TPS, trabalhadores agrícolas e trabalhadores essenciais que vivem com medo", acrescentou.
Os DREAMers, nome derivado da sigla do projeto de "Lei de Fomento para o Progresso, Alívio e Educação para menores estrangeiros" (DREAM Act), não aprovado em 2010 no Congresso, dominado pelos republicanos, refere-se aos "sonhadores": imigrantes que chegaram ilegalmente quando crianças, a grande maioria do México.
Os beneficiários do Status de Proteção Temporária (TPS), muitos deles latino-americanos, são aqueles que por razões humanitárias têm uma autorização de residência e trabalho legalmente nos Estados Unidos, mas que não pode ser renovada.
"É hora de o Congresso parar de empurrar a bola para a frente e, finalmente, trazer certeza e estabilidade para esses grupos, e fazer outras reformas muito necessárias em nosso antiquado sistema de imigração", exortou Psaki.
Os líderes democratas no Senado, Chuck Schumer, e na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, prometeram continuar buscando todas as opções possíveis para proteger os imigrantes sem documentos.
WASHINGTON