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Estado de Minas BRASÍLIA

Anvisa critica ameaças de Bolsonaro após aprovação da vacina anticovid em crianças


17/12/2021 17:13

A agência reguladora de saúde do Brasil, Anvisa, criticou nesta sexta-feira(17) as ameaças do presidente Jair Bolsonaro, que pediu que sejam revelados os nomes dos especialistas que aprovaram vacinas anticovid para crianças, um pedido que funcionários da agência consideraram "fascista".

"A Anvisa está sempre pronta a atender demandas por informações, mas repudia e repele com veemência qualquer ameaça, explícita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias e o sustento de nossas vidas e famílias", declarou a agência em nota.

A reguladora aprovou na quinta-feira a vacina Pfizer-BioNTech para crianças de 5 a 11 anos, juntando-se a uma lista crescente de países que estendem a vacinação a essa faixa etária.

Bolsonaro, que brincou que os imunizantes podem transformar as pessoas em "jacarés" e se recusa a ser vacinado, disse que pediu extraoficialmente os nomes daqueles que aprovaram a vacinação de crianças.

"Vocês têm o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacina a partir de cinco anos para seus filhos. Você decide se compensa ou não", afirmou em sua transmissão semanal nas redes sociais, após mencionar possíveis contra-indicações ao receber a dose.

Em resposta aos comentários do presidente de extrema direita, a Anvisa disse que seus dirigentes recebem "ameaças" desde outubro por seu trabalho de avaliação e aprovação de vacinas anticovid, e sugeriu que as palavras de Bolsonaro alimentam essas pressões.

"Após sofrer ameaças de morte e de toda a sorte de atos criminosos, por parte de agentes antivacina, no escopo da vacinação para crianças, esta Agência Nacional se encontra no foco e no alvo do ativismo político violento", afirmou a agência.

A associação que representa os funcionários da agência reguladora de saúde Univisa também condenou as mensagens de Bolsonaro.

"Nesse contexto, a intenção de se divulgar a identidade dos envolvidos na análise técnica não traz consigo qualquer interesse republicano. Antes, mostra-se como ameaça de retaliação que, não encontrando meios institucionais para fazê-lo, vale-se da incitação ao cidadão, método abertamente fascista e cujos resultados podem ser trágicos e violentos", declarou em nota.

Bolsonaro gerou polêmica repetidamente ao lidar com a pandemia, que matou mais de 617.000 pessoas no Brasil, um número superado apenas pelos Estados Unidos.

O presidente minimizou o vírus chamando-o de "gripezinha" e zombou das recomendações dos especialistas para ficar em casa, usar máscaras e tomar vacinas.

Em outubro, um comitê de investigação do Senado recomendou que ele respondesse acusações criminais, incluindo crimes contra a humanidade, pela resposta de seu governo à covid-19.


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