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Estado de Minas VIENA

AIEA tem 'dúvidas' sobre dados de câmera de instalação nuclear iraniana


17/12/2021 15:44

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, afirmou nesta sexta-feira (17) que tem "dúvidas" sobre a falta de dados procedentes de uma das câmeras de vigilância da instalação nuclear iraniana que teria sido alvo de sabotagem em junho.

O Irã afirma que, em 23 de junho, sofreu uma operação de "sabotagem" de Israel no complexo nuclear de Tesa, em Karaj, perto da capital Teerã, que deixou várias câmeras danificadas.

Desde então, a AIEA não teve a autorização "indispensável" para ter acesso à instalação, onde há uma oficina de fabricação de componentes para centrífugas.

Esta semana, a AIEA chegou a um acordo com o Irã para que as câmeras fossem substituídas. Contudo, a agência não conseguiu recuperar os cartões de memória de uma das câmeras destruídas durante o incidente, nem sequer seus fragmentos.

"Temos dúvidas a respeito" e pedimos ao Irã para saber o que aconteceu com ela, declarou o diplomata argentino aos jornalistas em Viena, na Áustria. "Espero que eles nos deem alguma resposta porque é muito estranho" que desapareçam, acrescentou Grossi.

Outra fonte de preocupação é "o lapso de tempo entre a interrupção do funcionamento das câmeras [junho] e agora", afirmou o diplomata. "Não podemos compensar esta perda [de informação], mas temos muitos métodos e técnicas que podem nos ajudar a reconstruir o quebra-cabeça", declarou.

Antes de reinstalar as câmeras, a agência vai "explicar o funcionamento aos responsáveis de segurança e à Justiça", explicou em Teerã o titular da Organização Iraniana de Energia Atômica, Mohammad Eslami.

O Irã está convencido de que a sabotagem em Karaj foi possível graças ao roubo das informações contidas nessas câmeras.

Para Grossi, no entanto, essa é uma hipótese "absurda". O diretor da AIEA estava munido de um desses equipamentos durante a coletiva de imprensa em Viena.

"Elas não podem ser manipuladas" e, uma vez instaladas, "não têm meio de transmissão", explicou Grossi.

- Europeus advertem que diálogo está se esgotando -

Diplomatas de diversos países continuam as negociações em Viena sobre uma possível retomada do acordo nuclear de 2015 entre o Irã e outras seis potências mundiais.

Nesta sexta-feira, os diplomatas de França, Alemanha e Reino Unido informaram que houve alguns avanços nas discussões sobre o acordo nuclear com a República Islâmica, mas insistiram na "urgência" de que é preciso voltar a se reunir o quanto antes.

"Nas últimas 24 horas ocorreram alguns avanços técnicos", mas "há muito pouco espaço para essas negociações", disseram.

"Estamos chegando rapidamente ao final da estrada para esta negociação", disseram diplomatas de Reino Unido, França e Alemanha em uma declaração após a última rodada de conversas na capital austríaca. O diálogo foi retomado no fim de novembro.

"Conseguimos bons avanços esta semana", assinalou no Twitter o chefe negociador do Irã, Ali Bagheri, antes de encerrar as conversas e detalhar que as mesmas "vão continuar depois de uma pausa de alguns dias".

Os diplomatas de União Europeia e Estados Unidos têm sido cautelosos. Os delegados de Reino Unido, França e Alemanha - que fazem parte do acordo nuclear - advertiram na última segunda-feira que houve perda de "tempo precioso" ao lidar com "posturas inconsistentes de Irã".

Os Estados Unidos, que se retiraram do acordo em 2018 durante o governo de Donald Trump e restabeleceram as sanções contra o Irã, participam de forma indireta no diálogo.

As negociações, que também incluem Rússia e China, têm como objetivo oferecer a Teerã o alívio das sanções, em troca de restrições a seu programa nuclear.

Após a retirada dos Estados Unidos, o Irã deu vários passos para aumentar suas atividades nucleares.


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