Jornal Estado de Minas

MOSCOU

Putin quer trabalhar com papa pelos 'interesses dos cristãos'

O presidente russo, Vladimir Putin, disse ao papa Francisco nesta sexta-feira (17) que quer trabalhar com ele para "defender os interesses dos cristãos", em meio a negociações para organizar um encontro entre o sumo pontífice e o chefe da Igreja Ortodoxa Russa.



"Estou convencido de que, se nos esforçamos juntos, podemos alcançar muito para defender os direitos e os interesses dos cristãos e para desenvolver o diálogo inter-religioso", afirmou o presidente russo em um telegrama enviado para o papa por ocasião de seu 85º aniversário.

Parabenizando Francisco "calorosamente", Putin também elogiou sua "contribuição pessoal para o desenvolvimento das relações entre as Igrejas Ortodoxa Russa e Católica Romana", de acordo com a mensagem divulgada no site do Kremlin.

As declarações de Putin surgem em um contexto de aproximação entre duas religiões historicamente rivais.

Putin se considera um crente praticante e tornou a Igreja Ortodoxa mais influente na sociedade, servindo aos interesses do poder.

O presidente russo também se coloca como um defensor dos valores cristãos tradicionais e critica, regularmente, os direitos concedidos à população LGTBQ.



No início de dezembro, o papa disse que estava disposto a ir a Moscou para se reunir com o patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa Russa.

Em fevereiro de 2016, aconteceu um encontro histórico, em Cuba, entre o papa e o patriarca. Foi um passo importante na reaproximação do Vaticano com os ortodoxos russos.

Na ocasião, os líderes religiosos assinaram uma declaração conjunta, e o Vaticano garantiu que o objetivo é criar uma aliança entre ortodoxos e católicos contra o islamismo presente no Oriente Médio.

O patriarca é um defensor ferrenho do Kremlin. Em 2012, comparou o governo de Vladimir Putin a "um milagre de Deus", após a crise dos anos 1990.

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