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Estado de Minas WASHINGTON

Bachelet pede à OEA 'um novo contrato social' contra a desigualdade


15/12/2021 19:26

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu nesta quarta-feira (15) aos membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) "um novo contrato social" para combater a desigualdade.

Durante o discurso gravado apresentado ao Conselho Permanente da OEA, a ex-presidente do Chile (2006-2010 e 2014-2018) foi enfática sobre a necessidade de superar as desigualdades acentuadas pela pandemia da covid-19 com um novo pacto entre o Estado e os povos.

Quatro dias antes do segundo turno da eleição presidencial no Chile, no qual já adiantou que votará no candidato de esquerda Gabriel Boric, Bachelet denunciou o que descreveu como "uma realidade intolerável" de "racismo sistêmico", "discriminação estrutural" e "desigualdades persistentes" no continente americano após quase dois anos de emergência sanitária.

Bachelet alertou que não abordar esses temas imediatamente pode ter consequências importantes.

"É preciso ter clareza: as desigualdades não são um fato, mas derivam de decisões políticas. Assim, podem e devem ser desmanteladas",afirmou Bachelet, convidada a discursar na OEA por ocasião do Dia dos Direitos Humanos, celebrado no dia 10 de dezembro.

"Essa é a principal tarefa desta geração de líderes mundiais, porque consiste em uma saída clara da complexa crise, rumo a um futuro inclusivo, sustentável e resiliente", acrescentou.

"E isso só pode ser feito por meio de medidas voltadas aos direitos humanos, por meio de um novo contrato social entre os Estados e os povos, já que o atual contrato não priorizava uma vida com dignidade e direitos para a maioria dos seres humanos do planeta", completou.

Segundo Bachelet, uma pediatra e política do Partido Socialista do Chile, este novo acordo social exige "um compromisso político renovado para reconstruir a confiança", que deve garantir especialmente a participação dos mais afetados.

No entanto, disse que observou "com preocupação" as crescentes limitações da sociedade civil.

"É possível perceber um aumento na adoção de normas que restringem os direitos de liberdade de expressão, participação, reunião e associação pacíficas. É fundamental que haja espaços e que as vozes críticas não tenham medo de se expressar", frisou.

A Alta Comissária assegurou que atualmente seu escritório assessora países que buscam integrar os direitos humanos no debate sobre as diversas medidas econômicas. Como exemplo, citou o apoio a Barbados e Equador "por meio de análises orçamentárias em setores como saúde, proteção social e trabalho".

De férias no Chile, Bachelet anunciou na terça-feira em um vídeo divulgado por sua fundação, Horizonte Ciudadano, que votará em Boric, que também defende uma mudança de modelo e um Estado que garanta igualdade.

Boric, apoiado por uma aliança que inclui o Partido Comunista do Chile, enfrenta nas urnas o político de extrema direita José Antonio Kast.


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