Jornal Estado de Minas

JACARTA

Blinken urge a China a deter 'ações agressivas' na região do Indo-Pacífico

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, exortou a China nesta terça-feira (14) a cessar suas "ações agressivas" na região do Indo-Pacífico, durante visita ao sudeste asiático com a qual o governo dos Estados Unidos espera reforçar as alianças contra Pequim.



"Estamos decididos a garantir a liberdade de navegação no Mar da China Meridional, onde os atos agressivos de Pequim ameaçam a movimentação comercial em um valor de 3 bilhões de dólares anuais", afirmou em um discurso na Universidade da Indonésia.

Durante sua primeira viagem pelo sudeste da Ásia, que também o levará para Malásia e Tailândia, Blinken declarou que seu país quer garantir "paz e estabilidade no Estreito de Taiwan", ponto central das tensões entre Estados Unidos e China.

A China reivindica Taiwan como parte do país e promete recuperar a ilha, inclusive pela força em caso de necessidade.

Blinken se comprometeu no discurso a "proteger o direito de todos os países a escolher o próprio caminho, livre de qualquer pressão ou intimidação",

"Há muita preocupação, do nordeste asiático ao sudeste asiático e do rio Mekong às ilhas do Pacífico, pelas ações agressivas de Pequim", afirmou o secretário de Estado.

Blinken acusou a China de "reivindicar mares abertos como próprios, distorcer mercados livres mediante subsídios às suas empresas estatais, negar ou revogar acordos comerciais com países com os quais têm divergências". E chamou estas ações de "agressivas".



"Os países na região querem que esse comportamento mude e nós também".

Pequim reivindica como própria a maior parte do Mar da China Meridional, uma região rica em recursos e uma importante rota comercial.

O governo chinês também foi acusado de enviar à região equipamento militar, incluindo mísseis antinavio e terra-ar, além de ignorar uma decisão de 2016 de um tribunal internacional que declarou sem fundamento a reivindicação histórica do país sobre estas águas.

Neste contexto, Washington está desenvolvendo um "amplo marco econômico para a região do Indo-Pacífico" e busca fortalecer suas alianças militares na região, afirmou Blinken.

- Violência em Mianmar -

O chefe da diplomacia americana também disse que seu país vai pressionar Mianmar para "cessar a violência indiscriminada, libertar os injustamente detidos e restaurar o caminho do país a uma democracia inclusiva".

Mianmar é cenário de caos desde que o governo civil de Aung San Suu Kyi foi deposto em fevereiro por um golpe militar.

Com a viagem, Blinken pretende destacar a crescente importância do sudeste asiático para a política externa de Washington, no momento em que o governo americano enfrenta outras crises, que vão do Irã à Rússia.



Os países da região enfrentam cada vez mais dificuldades para manter boas relações tanto com Pequim, um importante sócio comercial, como com Washington, crucial para a segurança regional.

As relações entre Estados Unidos e China passam por uma crise que envolve diversos temas, incluindo cibersegurança e supremacia tecnológica, além da situação dos direitos humanos em Hong Kong e Xinjiang.

A Rússia também deseja ter uma influência na região.

Depois de conversar na segunda-feira com o presidente indonésio Joko Widodo, Blinken se encontrou com o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev.

O alto funcionário russo viajou à Indonésia para negociar uma "associação estratégica" entre os dois países, que será assinada pelos chefes de Estado russo e indonésio em 2022.

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