O VVD de Rutte (centro-direita), o D66 (centro-esquerda), o CDA (centro-direita), e o Christen Unie (conservadores) chegaram a um texto de acordo que será apresentado ao Parlamento na quarta-feira.
"É um bom acordo", disse Rutte a jornalistas ao deixar os diálogos, sem dar maiores detalhes.
Sigrid Kaag, cujo partido, D66, foi o segundo mais votado, acrescentou que se trata de "um acordo bom e equilibrado".
As negociações, iniciadas após as eleições legislativas de meados de março, duraram 271 dias, um recorde no país.
Mas a Holanda deverá aguardar o mês de janeiro para empossar o novo governo, enquanto os partidos distribuem os ministérios, em um momento em que o país enfrenta um repique de casos de covid-19 e protestos contra as restrições sanitárias.
Rutte, primeiro-ministro holandês desde outubro de 2010, havia apresentado sua renúncia em janeiro por um escândalo relacionado com benefícios sociais às famílias, mas seguiu no cargo de forma interina.
Segundo a imprensa holandesa, as políticas da nova coalizão poderiam incluir a extensão das creches gratuitas, investimentos no combate às mudanças climáticas e habitação e em pesquisas em energia nuclear.
Foi apresentado como um "governo de recuperação", que ajudará a Holanda a se levantar após a pandemia e investir fortemente em "problemas que não foram resolvidos por muito tempo", pontuou a rede pública NOS.
As negociações se arrastaram desde as eleições de março, demorando meses para decidir quais partidos integrariam a coalizão, sem mencionar as políticas que seriam adotadas.
No fim de outubro, as negociações superaram o recorde anterior na Holanda, de 255 dias de discussões em 2017 para formar uma coalizão.
- Líder de teflon -
Rutte e seu terceiro gabinete permaneceram a cargo do governo de forma interina desde sua renúncia coletiva em janeiro, devido ao escândalo em que milhares de pais foram acusados falsamente de cobrar subvenções familiares.
Mas o acordo para formar a quarta coalizão vai confirmar Rutte - chamado de "primeiro-ministro de teflon" - como o segundo governante mais longevo da Europa, atrás do húngaro Viktor Orban.
Os quatro partidos terão agora que apresentar o acordo na terça-feira a seus legisladores antes de submetê-lo ao Parlamento para um debate na quinta.
O governo poderá ser empossado em 10 de janeiro, segundo a NOS.
O ministério das Relações Exteriores poderá ficar nas mãos de Kaag, do D66, segundo a imprensa holandesa, apesar de ela ter renunciado ao mesmo cargo pela gestão das evacuações do Afeganistão após a tomada do poder pelos talibãs, em agosto.
O atual ministro da Saúde, Hugo de Jonge, face da impopular resposta governamental à pandemia, tem poucas chances de permanecer o cargo.
A Holanda viveu este ano seus piores protestos em décadas contra a imposição de restrições sanitárias, que incluem um confinamento noturno e limites ao número de visitantes nas residências.
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