Em uma decisão de 16 de novembro e transmitida nesta segunda-feira (13) à AFP, o tribunal rechaçou a demanda de libertação apresentada por Vladislav Klyushin.
Segundo a mídia opositora da Rússia, Klyushin é muito próximo de um alto funcionário do Kremlin, Alexey Gromov, primeiro vice-chefe de gabinete da Administração Presidencial da Rússia.
Gromov, que também foi porta-voz do Kremlin entre 2000 e 2008, é responsável de meios de comunicação na administração presidencial.
Klyushin destacou em seu recurso que está sendo processado por "motivos políticos" e que esperava se beneficiar do fato de a Suíça não extraditar por crimes políticos. Porém, o tribunal assinalou que não tem dúvida da "independência da Justiça dos Estados Unidos".
Segundo o Escritório Federal de Justiça da Suíça, Klyushin é acusado nos Estados Unidos de enriquecimento ilícito em milhões de dólares através de negociações envolvendo informações privilegiadas com vários cúmplices. O empresário foi detido no cantão suíço de Valais, em março deste ano.
Klyushin, que dirige várias empresas segundo a imprensa russa, é proprietário do grupo M13, especializado na instalação de bases de dados e recursos cibernéticos.
Esse grupo criou o sistema "Katyucha" de monitoramento de mídia e redes sociais, oficialmente utilizado desde 2016 pela administração presidencial russa, e também por outros ministérios do país.
Em 7 de abril, a Suíça recebeu um pedido de extradição da própria Rússia, que o Escritório Federal de Justiça rejeitou meses depois.
A demanda russa foi seguida por outro pedido de extradição, dessa vez dos Estados Unidos, apresentado em 19 de abril.
Agora, o empresário não pode mais recorrer. No entanto, em casos particularmente importantes, a decisão pode ser contestada pelo Supremo Tribunal Federal da Suíça, se o mesmo considerar necessário.
GENEBRA