Jornal Estado de Minas

NAÇÕES UNIDAS

Rússia veta resolução da ONU sobre mudança climática como ameaça à segurança mundial

A Rússia vetou nesta segunda-feira (13) um projeto de resolução promovido por Níger e Irlanda no Conselho de Segurança das Nações Unidas que estabelece uma ligação genérica entre aquecimento global e segurança mundial, algo apoiado pela maioria dos membros da ONU.



O texto, que foi apoiado por 12 dos 15 membros do Conselho, pediu ao Secretário-Geral da ONU para integrar os riscos de segurança relacionados com o clima como um elemento central nas estratégias gerais de prevenção de conflitos da organização.

A Índia, sem poder de veto, também votou contra, por considerar que o aquecimento global é principalmente uma questão de desenvolvimento econômico. China se absteve.

A resolução contemplava também pedir ao chefe da ONU que informasse em um prazo de dois anos "sobre as implicações para a segurança (...) dos efeitos adversos da mudança climática" nos assuntos tratados pelo Conselho, assim como recomendações sobre como encarar esses riscos.

Para vários diplomatas que falaram sob condição de anonimato, a oposição da Rússia a "uma resolução que não era revolucionária" continua sendo incompreensível, disse um deles.

A embaixadora da Irlanda na ONU, Geraldine Byrne Nason, disse nesta segunda-feira antes da votação que o projeto era "um primeiro passo modesto".



"Temos que entender melhor este vínculo" entre o clima e a segurança "e temos que considerá-lo globalmente", disse. Seu homólogo de Níger, Abdou Abarry, denunciou a "miopia" de quem se opõe ao texto.

Moscou lidera o Conselho de Segurança, onde Estados Unidos mostraram até agora pouca iniciativa e contrapeso à Rússia sob o governo de Joe Biden, usando seu veto com frequência em muitos assuntos: Etiópia, Líbia, Sudão, Mali, Bósnia...

O presidente de Níger, Mohamed Bazoum, compareceu na quinta-feira à ONU para defender a resolução.

"Já é hora de o Conselho, no marco de seu mandato de prevenção, considerar os riscos de segurança relacionados à mudança climática como mais um elemento da nossa arquitetura de paz e segurança", disse.

audima