Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

Filho do ex-presidente do Panamá é denunciado por corrupção nos EUA

O filho do ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, foi denunciado formalmente neste sábado (11) por um tribunal do Brooklyn de conspiração para lavar dezenas de milhões de dólares em propina.



Ricardo Alberto Martinelli Linares foi extraditado aos Estados Unidos a pedido de Washington, após ter sido capturado na Guatemala em 2020.

A leitura das acusações foi feita virtualmente devido às medidas para conter a pandemia.

Seu advogado disse que seu cliente assinou um acordo e se espera que ele se declare culpado formalmente durante uma audiência prevista para a terça-feira.

O juiz determinou que o acusado permaneça detido pelo menos até depois desta audiência devido ao risco de fuga.

O processo aberto contra Ricardo Alberto e seu irmão, Luis Enrique, nos Estados Unidos, está vinculado à investigação estendida sobre a empreiteira brasileira Odebrecht.

Os promotores dizem que os irmãos permitiram que fossem depositados milhões de dólares em contas bancárias em nome de empresas fantasma.

Luis Enrique foi extraditado para os Estados Unidos no mês passado. À corte do distrito leste de Nova York, ele se declarou culpado de conspirar com o irmão para lavar mais de 28 milhões de dólares, procedentes de propinas pagas pela Odebrecht "em benefício de um parente próximo, um funcionário público de alto nível no Panamá" de 2009 a 2014.

As investigações sobre a Odebrecht respingaram em muitos líderes e partidos políticos na América Latina. Ex-diretores da empresa admitiram ter pago ilegalmente milhões de dólares em propina em troca de contratos públicos.

O próprio ex-presidente Martinelli é investigado no escândalo da Odebrecht. Mesmo assim, anunciou sua intenção de tentar a reeleição em 2024.

Em 2016, a Odebrecht e a filial petroquímica Braskem acordaram pagar 3,5 bilhões de dólares em multas depois de se declararem culpadas na corte do Distrito Leste de Nova York.

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