As eleições presidenciais e legislativas não são celebradas nos territórios palestinos há 15 anos. As últimas eleições municipais aconteceram em 2017 e também foram boicotadas pelo Hamas.
Das 367 cidades da Cisjordânia em que os eleitores foram às urnas, 60 não contavam com nenhum candidato e em outras 162 só foi apresentada uma lista. Sendo assim, uma eleição propriamente dita ocorreu apenas em 154 municípios.
A eleição municipal acontece em duas fases e em março de 2022 acontecerá a segunda para as cidades maiores.
O porta-voz da Comissão Eleitoral Central Palestina, Fareed Taam Allah, disse à AFP que as urnas foram abertas em todas as cidades previstas.
Segundo o órgão eleitoral, as urnas foram fechadas às 19h00 locais (14h00 no horário de Brasília) e o índice de participação foi de 64,79%. Os resultados serão anunciados neste domingo.
Os resultados não devem trazer maiores consequências, já que a maioria dos candidatos são independentes e o Hamas não participa do pleito.
As eleições são "irrelevantes politicamente porque ocorrem em pequenas cidades e não nas grandes", opinou o analista político Jihad Harb.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, boicotou o pleito em protesto contra o presidente Mahmoud Abbas, que vem adiando indefinidamente as eleições parlamentares e presidenciais programadas para este ano.
O grupo islamista era apontado como provável ganhador das eleições parlamentares que ocorreriam em maio e muitos veem nisso o principal motivo do adiamento decidido por Abbas, que o justificou com base na rejeição de Israel em permitir a votação em Jerusalém Oriental.
O mandato presidencial de Abbas deveria ter terminado em 2009. Contudo, Hamas e Fatah - o partido secular fundado pelo presidente de 86 anos - estão rompidos desde 2007, quando os islamistas tomaram Gaza após uma semana de enfrentamentos.
A Faixa de Gaza é lar de 2 milhões de pessoas, enquanto 2,8 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia ocupada.
RAMALLAH