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Estado de Minas LIMA

Peru pedirá que Chile amplie acusações de extradição contra Fujimori por 'esterilizações forçadas'


11/12/2021 16:24

O Peru vai pedir que o Chile amplie a extradição do ex-presidente Alberto Fujimori (1999-2000) para que ele possa ser levado a juízo em um processo penal sobre as milhares de "esterilizações forçadas" de mulheres, efetuadas entre 1996 e 2000, informou o Poder Judiciário peruano.

O juiz Rafael Martínez decidiu neste sábado (11) levar a juízo Fujimori e vários ex-ministros por este caso. O Poder Judiciário peruano informou mais tarde que, a pedido da defesa do ex-presidente, que está detido, suspendeu o processo por não se encontrar dentro do convênio de extradição entre Santiago e Lima, segundo o qual Fujimori voltou ao Peru em 2007.

A promotora do caso, Carmen Rosa Crisóstomo, informou que o Ministério Público "oportunamente apresentará a ampliação do pedido de extradição" ao Chile.

Martínez tinha dito na semana passada que Fujimori - de 83 anos e que cumpre pena de 25 anos de prisão - não podia ser processado por enquanto pelas "esterilizações forçadas", pois este caso não foi incluído no pedido de extradição pelo Chile, finalmente concedida por crimes de violações dos direitos humanos e corrupção.

Na mesma audiência, realizada virtualmente, o magistrado decidiu abrir também um processo penal contra os ex-ministros Eduardo Yong, Marino Costa, Alejandro Aguinaga e Ulises Jorge Aguilar.

"Serão processados por serem os supostos autores do crime contra a vida, o corpo e a saúde - lesões graves, seguidas de morte no contexto de grave violação dos direitos humanos", informou o juiz.

O processo penal das "esterilizações forçadas" conta com 1.317 demandantes e foi aberto em 2002, tendo sido arquivado e reaberto várias vezes.

Entre os acusados está Alejandro Aguinaga, médico do próprio Fujimori, ex-ministro da Saúde e hoje congressista pela Força Popular, partido político liderado por Keiko Fujimori, filha e herdeira política do ex-presidente.

Estima-se que cerca de 270.000 peruanas pobres, muitas delas indígenas que não falavam espanhol, tenham sido submetidas a cirurgias de laqueadura de trompas como parte do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva e Planejamento Familiar, que Fujimori implantou em seus últimos quatro anos no poder.

A maioria das vítimas eram indígenas do interior. Uma delas disse que em 1997, quando tinha 19 anos, foi levar seu bebê para ser vacinado em um consultório e teve as trompas ligadas.

O questionado programa visava a reduzir a taxa de natalidade para impulsionar o desenvolvimento econômico. Nestas cirurgias, segundo dados oficiais, morreram 18 mulheres.


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