(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas WASHINGTON

Chefe do Instagram diz no Congresso dos EUA que aplicativo 'pode ajudar' os jovens


08/12/2021 21:19 - atualizado 08/12/2021 21:19

O Instagram "pode ajudar" os adolescentes em dificuldades, afirmou nesta quarta-feira (8) o chefe do aplicativo, Adam Mosseri, durante audiência no Congresso americano, buscando dar uma imagem positiva à criticada rede social perante legisladores que afirmaram o contrário.

O aplicativo de compartilhamento de imagens é acusado de ter ignorado estudos internos - vazados para a imprensa pela ex-funcionária do Facebook Frances Haugen -, que advertiram para riscos para os usuários mais jovens.

Durante duas horas e meia, Mosseri não pareceu ceder à pressão, respondendo calmamente aos senadores, que o encheram de críticas.

"Algumas vezes, os jovens vêm ao Instagram quando estão lidando com temas complicados em suas vidas. Acho que o Instagram pode ajudar muitos deles nestes momentos", escreveu Mosseri em seu testemunho preparado para a audiência.

"Isto é algo que nosso estudo também sugeriu", acrescentou o homem, à frente do Instagram por três anos.

Um dos estudos vazados, publicado em 2019, revelava que o Instagram refletia uma imagem pessoal negativa para um terço das jovens com menos de 20 anos.

Outro, de 2020, mostrava que 32% dos adolescentes consideravam que o uso da rede social tinha piorado a imagem que tinham de seus corpos, com os quais não se sentiam mais satisfeitos.

"As próprias pesquisas do Facebook alertaram para a direção, durante anos, do impacto prejudicial do Instagram sobre a saúde mental dos adolescentes", disse o senador Richard Blumenthal, que preside a subcomissão de proteção aos consumidores perante a qual Mosseri se apresenta.

Mas, "continuaram se beneficiando dos conteúdos porque significam mais tráfego, mais publicidade e dólares", disse, indignado, o legislador democrata.

"Temos o mesmo objetivo", respondeu Mosseri. "Queremos que os usuários jovens estejam seguros na internet", garantiu, dizendo-se favorável de um novo marco normativo para as empresas de tecnologia.

Mas ele se negou a renunciar publicamente à criação de um Instagram para menores de 13 anos, prometendo simplesmente que a rede social não criaria contas para crianças e adolescentes de 10 a 12 anos, que pudessem ser abertas sem o consentimento dos pais.

"Estou frustrada porque é a quarta vez em dois anos que falamos com alguém da Meta (casa matriz do Instagram e do Facebook) e tenho a impressão de que a conversa se repete sem cessar", declarou a senadora Marsha Blackburn, líder dos republicanos na subcomissão.

"Minhas conversas com pais me impulsionam a pedir reformas e exigir as respostas que todo o país espera", havia dito Blumenthal na terça-feira.

Em meados de novembro, vários estados americanos abriram uma investigação para determinar se a Meta permitiu deliberadamente que crianças e adolescentes usassem a rede social apesar de saber que a plataforma poderia afetar sua saúde física e mental.

- "Um pouco de empatia" -

Os senadores expuseram exemplos de vítimas jovens que, segundo os funcionários, representam as falhas da rede social.

"Estamos falando de jovens que fazem mal a si próprios, que recebem informação que destrói suas vidades, e lhes pedimos que mostrem um pouco de empatia", disparou Blackburn.

Mosseri expressou seu apoio à criação de uma organização que seja encarregada de definir as melhores práticas para o setor, embora a ideia não tenha seduzido os senadores, que querer ir "muito mais longe do que o senhor propôs", respondeu Blumenthal.

"A autorregulação, bseada na confiança, não é mais uma solução viável (...) A lei está chegando", afirmou.

O Instagram tinha anunciado uma série de medidas para reforçar a proteção dos mais jovens, como impedir especificamente que usuários mencionem em suas publicações adolescentes que não os sigam em seus perfis e será mais estrito quanto ao que recomenda aos jovens.

A rede social também vai propor, em março de 2022, ferramentas para permitir aos pais ver quanto tempo seus filhos passam no aplicativo e estabelecer limites. E dará em breve acesso a um centro de informação com tutoriais e conselhos de especialistas.

Outra novidade: o Instagram lança, em todos os grandes mercados de língua inglesa, a opção "Faça uma pausa", que vai sugerir aos usuários parar por um tempo antes de continuar vendo conteúdo no aplicativo.

Estes e outros anúncios foram recebidos com desconfiança, e inclusive hostilidade, pelos senadores americanos.

Blumenthal qualificou as medidas como "pequenos passos", "nada impressionantes". "Uma pausa? (...) Isso não vai salvar as crianças dos efeitos viciantes" do Instagram.

Meta


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)