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Estado de Minas BOBIGNY

Riade nega ligação de preso na França com assassinato de jornalista saudita


07/12/2021 20:57 - atualizado 07/12/2021 21:02

A embaixada da Arábia Saudita na França negou nesta terça-feira (7) que o homem detido em um aeroporto de Paris tenha vínculos com o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, ocorrido em 2018 em Istambul, e pediu sua "libertação imediata", depois que as autoridades francesas o colocaram sob custódia judicial.

"O cidadão em questão não tem nenhuma relação com o caso", tuitou a embaixada, acrescentando que os "culpados do assassinato" já foram julgados na Arábia Saudita e estão cumprindo ali suas sentenças.

A polícia francesa deteve nesta terça um homem suspeito de pertencer ao comando envolvido no assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em 2018 em Istambul, informaram fontes judiciais e aeroportuárias.

O homem, que apresentava passaporte com o nome de Khalid Alotaibi, de 33 anos, foi detido pela polícia de fronteira no aeroporto Roissy Charles-de-Gaulle, quando estava prestes a embarcar para Riade, disse uma fonte próxima ao caso.

Quando passou pelo controle, foi acionada a notificação vermelha da Interpol, segundo a mesma fonte.

A ordem de captura internacional foi emitida pela Turquia, informou uma fonte judicial.

Esta noite sua identidade continuava vendo verificada e se o mandado de prisão corresponde de fato ao detido, explicou outra fonte próxima ao caso, que sublinhou que o suspeito pode ficar detido durante 48 horas.

Segundo uma fonte dos serviços de segurança sauditas, "o verdadeiro Khalid Alotaibi e todos os acusados no caso estão detidos no reino", "Há centenas de sauditas com esse nome", acrescentou.

Mas se sua identidade for confirmada, o homem deve comparecer perante a Promotoria do tribunal de apelação de Paris, que o notificará do mandado de prisão, disse uma fonte judicial.

Alotaibi é suspeito de fazer parte de um comando de uma dezena de sauditas enviados ao consulado deste país em Istambul em 2 de outubro de 2018 para "executar" Khasoggi e "dissimular as evidências", segundo documentos dos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido consultados pela AFP.

- Corpo desaparecido -

A imagem internacional do príncipe-herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, ficou manchada pelo assassinato do jornalista, que trabalhava para o jornal The Washington Post e foi esquartejado no consulado de seu país na Turquia por um comando de agentes sauditas. Seu corpo nunca foi encontrado.

Um relatório dos serviços de Inteligência dos Estados Unidos, cuja publicação foi ordenada pelo presidente americano, Joe Biden, acusa o príncipe-herdeiro de ter "aprovado" o assassinato deste crítico ferrenho do governo saudita.

A prisão aconteceu três dias depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, apertou a mão do príncipe saudita, durante um criticado encontro em Jidá, a oeste desta monarquia absolutista.

Durante a viagem aos países do Golfo, o chefe de Estado francês defendeu o diálogo com a Arábia Saudita para "trabalhar pela estabilidade da região", embora tenha especificado, referindo-se ao crime, que isso não significa dizer ser "complacentes".

"Falamos sobre tudo sem tabus. E obviamente evocamos a questão dos direitos humanos (...) e foi uma discussão direta", declarou Emmanuel Macron após o encontro.

Depois de negar o assassinato, Riade admitiu que agentes sauditas, que agiram sozinhos, o cometeram.

No final de um processo pouco claro na Arábia Saudita, cinco pessoas foram condenadas à morte, antes que suas sentenças fossem comutadas, e três a penas de prisão.


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