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Estado de Minas JIDÁ

Macron e príncipe herdeiro saudita se unem para ajudar Líbano


04/12/2021 16:40 - atualizado 04/12/2021 16:43

O presidente francês, Emmanuel Macron, encerrou neste sábado (5) sua visita relâmpago ao Golfo lançando uma iniciativa de ajuda ao Líbano em parceria com o polêmico príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman, com quem também abordou "sem tabus" a questão dos direitos humanos.

De acordo com Macron, os dois líderes "conversaram muito" sobre o Líbano durante o encontro no palácio real de Jidá (oeste da Arábia Saudita) e falaram por telefone com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, para tentar encontrar uma saída à crise diplomática entre Beirute e Riade.

O presidente francês indicou na sexta-feira que era necessário conversar com a Arábia Saudita para "trabalhar pela estabilidade da região".

Macron é um dos primeiros líderes ocidentais a se encontrar com Mohammad bin Salman desde o assassinato em 2018 do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul. A imagem do príncipe herdeiro foi fortemente manchada por este caso.

"Conversamos sobre tudo sem tabus. Também, evidentemente, da questão dos direitos humanos. Foi uma troca franca", declarou Macron. "As próximas semanas e meses nos permitirão ver se avançamos neste tema".

"Lembro que a Arábia Saudita organizou o G20 no ano seguinte (ao caso Khashoggi) e não vi muitas potências boicotarem o G20", insistiu.

- Crise no Líbano -

"A França tem um papel a desempenhar na região (...) mas como trabalhar pela estabilidade da região, como lidar com o Líbano e lidar com tantos assuntos enquanto ignora o primeiro país do Golfo em termos de geografia e de tamanho", questionou Macron na sexta-feira, antes do encontro com o príncipe herdeiro.

As relações entre Beirute e os Estados árabes do Golfo se tornaram tensas nos últimos anos devido à crescente influência do Hezbollah pró-iraniano.

A última crise se originou no final de outubro pelas críticas do ministro libanês da Informação, George Kordahi, contra a intervenção militar da Arábia Saudita no Iêmen, declarações que acabaram resultando em sua demissão na sexta-feira.

Macron gostou da renúncia e expressou sua esperança "de ser capaz de envolver novamente todos os países do Golfo em seu relacionamento com o Líbano," um país com o qual o presidente tem estado muito comprometido desde a explosão mortal que atingiu Beirute um ano atrás.

Após o telefonema dos três líderes neste sábado, o primeiro-ministro Najib Mikati reagiu no Twitter falando de um "passo importante na recuperação de relações fraternas históricas com a Arábia Saudita."

- Denúncia em Paris -

Macron chegou a Jidá no segundo dia de uma viagem pelo Golfo no qual assinou um acordo de venda de 80 caças Rafale aos Emirados Árabes Unidos por quase 16 bilhões de dólares, um recorde para esta aeronave.

Depois de Dubai, o presidente francês viajou rumo ao Catar para encontrar com o emir, o xeque Tamim bin Hamad Al-Thani.

Em Doha, Macron agradeceu ao Catar por ter organizado a retirada de 258 afegãos, "ameaçados por causa dos seus compromissos" ou "pelas suas ligações com a França", que serão repatriados para a França depois de passarem pelo emirado.

Paralelamente a esta viagem presidencial, foi apresentada na sexta-feira em Paris uma denúncia contra os príncipes herdeiros da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, em particular pelo financiamento do terrorismo.

Os queixosos, vítimas da guerra do Iêmen, acusam os dois países de terem feito uma "aliança" com o grupo extremista Al-Qaeda, segundo seu advogado Joseph Breham.

A Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos, intervém no Iêmen desde 2015 à frente de uma coalizão militar de apoio ao governo contra os rebeldes houthis, apoiados politicamente pelo Irã. Os Emirados retiraram suas tropas do Iêmen em 2019, mas permanecem membros da coalizão.

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