Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

Testemunha afirma que Maxwell esteve presente durante abusos sexuais de Epstein

Uma testemunha afirmou nesta terça-feira (30) no julgamento de Ghislaine Maxwell que ela às vezes estava presente durante os abusos sexuais que sofreu nas mãos do falecido financista Jeffrey Epstein quando era menor de idade.



A mulher, que se identificou como "Jane", é a primeira de quatro mulheres que prestarão depoimento no julgamento de Maxwell em um tribunal federal de Manhattan.

A filha de 59 anos de Robert Maxwell, que em vida foi um magnata da imprensa britânica, é acusada de recrutar menores de idade para a satisfação sexual de seu então amante e amigo Epstein, que se suicidou na prisão há mais de dois anos.

A "socialite" britânica se declarou inocente das seis acusações contra ela, incluindo tráfico sexual de menores, que pode levar a uma pena de 80 anos de prisão.

Questionada pelos promotores, Jane contou que conheceu Epstein e Maxwell em um acampamento artístico de verão em Michigan em 1994, quando ela tinha 14 anos.

"Ele parecia muito interessado em saber o que eu pensava do acampamento", disse Jane, cujo pai, um diretor musical, havia morrido nove meses antes, deixando a família falida, o que os fez perder sua casa em Palm Beach, Flórida.

Epstein e Maxwell, que também moravam em Palm Beach, pediram seu telefone e Jane deu o número de sua mãe. Logo depois, Epstein convidou as duas para tomar chá em sua casa e lhes disse que gostava de apadrinhar jovens estudantes.



Ela começou a ir para a casa de Epstein sozinha e Maxwell costumava estar por perto. "Achei que eles eram casados" ou que "ela trabalhava para ele", explicou.

Sua mãe, disse ela, não era convidada para essas visitas, durante as quais eles "passeavam", "conversavam", faziam compras ou iam ao cinema.

Maxwell perguntava a ela sobre seus amigos e se conversavam sobre sexo. "Parecia um pouco esquisito e peculiar, mas era agradável."

Epstein começou a dar dinheiro para sua mãe, comprava suas roupas e pagava suas aulas de canto.

Enxugando as lágrimas e com a voz embargada, ela afirmou que a primeira vez que teve contato sexual com Epstein foi aos 14 anos. O bilionário a colocou em cima dele e "começou a se masturbar" contra ela, relatou.

"Fiquei paralisada pelo medo. Nunca tinha visto um pênis antes", disse, e explicou que nunca contou a ninguém porque estava "envergonhada". A partir daí os encontros sexuais tornaram-se frequentes e Maxwell esteve presente algumas vezes.

- Clinton, Trump, príncipe Andrew -

A primeira testemunha de acusação no julgamento foi o piloto do avião de Jeffrey Epstein, que trabalhou para ele de 1991 a 2019. Ele afirmou ter transportado personalidades como Donald Trump, Bill Clinton, Kevin Spacey e o príncipe Andrew, mas não os acusou de nada.

O piloto garantiu que nunca viu atividades sexuais nos aviões, porém, a porta da cabine ficava sempre fechada durante os voos.

Visoski também foi questionado sobre Jane, mas disse que não se lembra de ter visto menores de 18 a 20 anos entrarem nos aviões, exceto jovens viajando com suas famílias.

Ele lembrou de Jane como uma "mulher madura, com penetrantes olhos azuis".

Segundo o piloto, Maxwell era a "número dois" de Epstein e era ela quem costumava telefonar para agendar voos. O interrogatório se concentrou em seu papel na organização da vida de Epstein.



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