Após a abertura da bolsa, as ações da LATAM - considerada a maior companhia aérea da América Latina - chegaram a cair 83,9%, mas com o passar das horas a queda diminuiu para fechar em baixa de 45,4% a 512 pesos por ação (0,6 dólar), seu nível mais baixo desde abril de 1999.
A queda das ações da companhia ocorre depois do anúncio, no sábado, de um plano de reestruturação financeira com a injeção de 8,190 bilhões de dólares, com o objetivo de sair do "capítulo 11" da lei de falências dos Estados Unidos.
A LATAM recorreu a este mecanismo em maio do ano passado, devido à crise econômica provocada para a companhia pelas restrições para voar, impostas pela pandemia, que paralisou boa parte do tráfego aéreo mundial.
Na ocasião, as ações da LATAM caíram 44,4% na bolsa chilena.
O plano de reestruturação contém uma combinação de capital novo, emissão de bônus conversíveis e dívida, que permitiria à companhia aérea sair do "capítulo 11", que permite às empresas se reorganizarem sem a pressão dos credores.
- "Endividamento conservador" -
O plano da LATAM abrange o lançamento de uma oferta de 800 milhões de dólares em direitos acionários preferenciais mediante a emissão de ações ordinárias e de bônus conversíveis, oferecidos prioritariamente aos acionistas da companhia por US$ 4,640 bilhões.
Também prevê uma nova linha de crédito de US$ 500 milhões e aproximadamente US$ 2,25 bilhões em financiamento através de nova dívida, seja mediante um novo empréstimo a longo prazo ou novos bônus.
Um tribunal americano deve agora aprovar este plano de reestruturação financeira em uma audiência que será realizada em janeiro próximo. Se for aprovado, espera-se que dois meses depois seja realizada uma "audiência de confirmação", último passo para concluir o processo judicial nos Estados Unidos.
Após sair desta etapa, a empresa teria uma dívida total de aproximadamente 7,26 bilhões de dólares e liquidez de 2,67 bilhões de dólares.
Segundo a empresa, trata-se de "um nível de endividamento conservador e uma liquidez adequada" em um período de incerteza contínua para a aviação mundial, e que deixará o grupo em melhor posição para futuras operações.
SANTIAGO