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Estado de Minas TEGUCIGALPA

Xiomara Castro reivindica vitória em Honduras


29/11/2021 11:19 - atualizado 29/11/2021 11:26

A candidata de esquerda Xiomara Castro, do Partido Liberdade e Refundação, reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de Honduras, com quase 20 pontos de vantagem, após a apuração de mais de 50% das urnas.

Caso a tendência seja confirmada, a esposa do presidente destituído Manuel Zelaya (2006-2009) será, aos 62 anos, a primeira mulher no posto de chefe de Estado de Honduras, ao superar na disputa o candidato governista Nasry Asfura, do Partido Nacional (PN, direita).

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que Castro, do Partido Liberdade e Refundação (Libre), tem 53,61% dos votos até o momento, contra 33,87% de Asfura. Em terceiro lugar aparece o candidato do Partido Liberal, Yani Rosenthal, com 9,21%.

"Boa noite, ganhamos", afirmou Xiomara Castro em um discurso aos simpatizantes no domingo à noite, quando prometeu um "governo de reconciliação".

"Estendo a mão a meus opositores porque não tenho inimigos, vou convocar um diálogo (...) com todos os setores de Honduras", disse.

"Nenhuma candidata ou candidato pode se declarar vencedor até que a última ata seja processada", advertiu o presidente do CNE, Kelvin Aguirre, em uma entrevista coletiva.

Os simpatizantes de Castro, no entanto, festejaram na capital Tegucigalpa.

Aguirre citou uma participação "histórica" de 62% dos eleitores: 3,2 milhões de pessoas compareceram às urnas.

O vencedor substituirá o presidente Juan Orlando Hernández, do PN, que governou por dois mandatos e encerra o governo em meio a denúncias de tráfico de drogas nos Estados Unidos.

- Migração -

O vencedor da eleição assumirá um país afetado pela violência dos grupos criminosos, do narcotráfico e pelos efeitos de dois furacões que devastaram o país em 2020: 59% dos 10 milhões de habitantes vivem na pobreza.

A taxa de desemprego subiu de 5,7% em 2019 para 10,9% em 2020, em grande parte devido à pandemia do coronavírus. Tudo isso empurra milhares de cidadãos a tentar a migração ilegal para os Estados Unidos em busca de trabalho.

"Nosso compromisso é garantir aos jovens que aqui em sua terra natal eles encontrarão o que precisam para gerar oportunidades e bem-estar para sua família. É uma garantia e uma promessa que fizemos, disse Castro.

A candidata consolidou seu favoritismo na reta final da campanha e promove um "socialismo democrático" com uma agenda que inclui a legalização do aborto em casos de estupro. Também está aberta a discutir o casamento igualitário, o que levou os rivais a chamá-la de "comunista".

Nas eleições também foram eleitos 128 deputados, 298 prefeitos e 20 representantes do Parlamento Centro-Americano.

Os dias anteriores à eleição foram marcados pelos temores de fraude, denunciada pela oposição em 2017.

Durante a campanha, pelo menos 31 pessoas vinculadas às eleições foram assassinadas, segundo o Observatório da Violência da Universidade Nacional. O cenário provocou temores de incidentes caso uma das partes não reconheça os resultados.

Asfura, de 63 anos e atual prefeito de Tegucigalpa, também chegou a ser considerado favorito durante a campanha. Ele foi apoiado por um partido solidamente organizado e beneficiado pelos auxílios do governo para famílias carentes.

Os dois principais postulantes pediram uma votação em paz.

Em 2017, Hernández foi reeleito apesar das denúncias de fraude da oposição. Protestos reprimidas pelo governo deixaram quase 30 mortos.

- Atenção de Washington -

Washington está extremamente atento ao que acontece em Honduras, segundo o analista Raúl Pineda, advogado e ex-legislador do PN. Não quer que uma nova crise incentive ainda mais as ondas migratórias.

O PN governa desde a destituição do ex-presidente Manuel Zelaya, em 2009, em um golpe de Estado apoiado pela direita, por sua proximidade com o chavismo.

Mas escândalos de corrupção e narcotráfico afetaram Hernández. Tony, seu irmão, está cumprindo prisão perpétua nos Estados Unidos por tráfico de drogas. Os "narcos" que o presidente ajudou a extraditar para esse país - e os promotores que processaram seu irmão - o acusaram de envolvimento com o narcotráfico.

Asfura, por sua vez, foi acusado em 2020 de desvio de fundos públicos e mencionados nos Pandora Papers.

O terceiro candidato nas preferências entre os 13 na disputa, Yani Rosenthal, passou três anos em uma prisão nos Estados Unidos por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.


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