Héctor Martínez Castuera, diretor do Instituto Nacional de Migração (INM), foi nesta terça-feira (23) à cidade de Mapstepec, em Chiapas, para conversar com integrantes de uma caravana de mais de 2.500 pessoas que saiu na última segunda-feira de Tapachula, no mesmo distrito.
"Vamos transferi-los para 10 estados do país (...) Oferecemos-lhes, além do cartão que poderão renovar, alojamento em albergues e alternativas de emprego, entre outros", disse Martínez à imprensa.
Após chegar ao acordo, o INM instalou mesas para receber as solicitações dos migrantes, que à tarde começaram a ser levados de ônibus para estados do centro, sul e oeste do México. Com este acordo, a caravana teria sido desativada.
Outra caravana de cerca de 600 migrantes que saiu de Chiapas há um mês esteve no estado de Veracruz nesta terça-feira.
Enquanto isso, milhares de migrantes presos em Tapachula bloquearam uma importante rodovia em protesto porque o INM não cumpriu uma oferta semelhante de conceder-lhes autorizações e levá-los para outros estados.
Na segunda-feira, as autoridades haviam montado em um estádio local uma estrutura para prosseguir com o trâmite das permissões, mas foram surpreendidos por milhares de migrantes. O processo foi suspenso devido ao tumulto gerado.
"Ontem foi cancelado por causa do conflito; os agentes da imigração pararam de atender devido à desordem. O governo não tem uma resposta conclusiva sobre como vai nos ajudar e enquanto isso não acontecer os problemas continuarão", disse o hondurenho Darío Fernández, que viaja com sua esposa e três filhos.
O fluxo de migrantes sem documentos, que fogem da violência e da pobreza, se multiplicou após a chegada à presidência nos Estados Unidos do democrata Joe Biden, que prometeu analisar seus casos.
Mais de 190 mil migrantes foram detectados pelas autoridades mexicanas entre janeiro e setembro, três vezes mais do que em 2020. Cerca de 74.300 foram deportados.
TUXTLA GUTIÉRREZ