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Estado de Minas WASHINGTON

Eleições na Venezuela 'não refletem a vontade do povo', diz EUA em apoio a Guaidó


22/11/2021 22:00 - atualizado 22/11/2021 22:02

"Não refletem a vontade do povo". Os Estados Unidos condenaram nesta segunda-feira (22) as eleições regionais da Venezuela, nas quais o chavismo obteve uma vitória esmagadora e foram acompanhadas por observadores europeus.

O pleito contou, ainda, com a participação da oposição depois de três anos de boicote às eleições e pedidos de abstenção, liderados por Juan Guaidó, o dirigente opositor reconhecido por Washington como o presidente interino do país.

Guaidó decidiu manter sua postura este ano, assegurando que o processo foi "absolutamente viciado" e "claramente desigual".

Washington apoiou a posição de Guaidó. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, publicou um comunicado nesta segunda-feira, rechaçando o resultado, no qual o partido do presidente Nicolás Maduro, o PSUV, venceu no principal município, Caracas, e elegeu governadores em 20 dos 23 estados, segundo um primeiro boletim oficial.

"O regime de Maduro privou os venezuelanos mais uma vez de seu direito de participar de um processo eleitoral livre e justo", afirmou Blinken.

"Temeroso da voz e do voto dos venezuelanos, o regime distorceu enormemente o processo para determinar o resultado desta eleição, muito antes de que os votos fossem emitidos", acrescentou o secretário de Estado.

O governo americano se tornou o principal aliado de Guaidó, que também recebeu certo controle dos recursos venezuelanos no exterior. Outra meia centena de países o reconhece como presidente, embora Maduro tenha na prática o controle do país.

"Já é um hábito que o grande derrotado das eleições venezuelanas, os EUA, sangue pela ferida", reagiu no Twitter o ministro venezuelano das Comunicações, Freddy Ñañez.

O chanceler venezuelano, Félix Plasencia, chamou Washington de "governo supremacista".

- "Uma façanha" -

A oposição se marginalizou das eleições presidenciais de 2018, nas quais Maduro foi reeleito, e das legislativas de 2020, nas quais a oposição, com Guaidó à frente, perdeu o controle do Parlamento.

Ambas foram consideradas "fraudulentas" pela oposição e pelos Estados Unidos, que não têm relações diplomáticas com Maduro e impuseram um embargo petroleiro ao país sul-americano.

Nestas eleições regionais, que tiveram 42% de participação, as principais organizações da oposição decidiram participar, embora sem acordar candidaturas únicas em meio a desavenças e enfrentamentos internos.

"Quem conseguiu arrebatar (cargos) da ditadura fez uma façanha (...), (tem) meu respeito", exclamou Guaidó nesta segunda-feira, assegurando que "seria injusto" tachar o resultado de um "fracasso".

A oposição levou no total os governos de três estados. Além disso, das 335 prefeituras, a Mesa da Unidade Democrática (MUD) - maior aliança opositora - venceu em 59, enquanto 58 foram para outras organizações não alinhadas ao chavismo, que venceu em 205 prefeituras, segundo o último balanço do CNE. Nas 13 restantes, ainda não há resultados definitivos.

Os Estados Unidos "parabenizaram" igualmente os partidos e eleitores que decidiram participar do pleito, "apesar de suas falhas", para "preservar e lutar por um espaço democrático tão necessário".

No passado, qualquer participação teria sido tachada de traição no círculo de Guaidó, que insiste em que a única solução para tirar Maduro do poder é através de eleições "justas, livres e transparentes".

No próximo ano, a oposição tem a opção de um referendo para revogar o mandato do chefe de Estado.

Uma das condições exigidas pela oposição era a observação internacional. O governo Maduro permitiu o acompanhamento de uma ampla missão da União Europeia e de painéis de especialistas da ONU e do Centro Carter, após anos de resistência com convites a observadores de organizações afins ao chavismo.

Contudo, qualquer objetivo eleitoral passa pela "evidente necessidade de unificação" da oposição, destacou Guaidó.

"É um evento que deve nos levar a mais unidade, uma unidade sincera", declarou em meio a divergências com outros líderes opositores, que repudiam a figura do "governo interino" que ele encabeça.


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