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Estado de Minas CARTUM

Tecnocrata Abdallah Hamdok é figura de consenso no Sudão


21/11/2021 12:53

Abdallah Hamdok, o tecnocrata que tornou o rosto da sociedade civil para uma transição democrática no Sudão, retoma as rédeas do governo, um mês depois de ter sido destituído pelos generais que orquestraram um golpe de Estado em 25 de outubro.

O veterano de 65 anos parece estar apostando novamente na parceria com os militares e conduzir o Sudão a eleições livres.

Hamdok chefiava um governo civil ao mesmo tempo que o general Abdel Fattah al Burhan presidia o Conselho de Soberania, a autoridade máxima da transição.

O Conselho, formado por civis e militares, foi criado após a queda do ditador Omar al Bashir em 2019 para supervisionar a transição para a democracia. Mas em 25 de outubro, o general Burhan quebrou o pacto militar-civil e deteve Hamdok, junto com outros líderes civis.

O economista, que estudou no Reino Unido e trabalhou para a ONU e organizações africanas, estava em prisão domiciliar até este domingo, informou seu gabinete à AFP. Ele é casado e tem dois filhos.

Durante sua detenção, Hamdok recebeu militares sudaneses e ex-rebeldes, bem como embaixadores ocidentais e diplomatas internacionais para trabalho de mediação. Seu escritório não parou de postar mensagens convocando uma manifestação para "proteger a revolução" de 2019.

- Defensor da transparência -

Hamdok tem uma imagem de defensor da transparência e da boa governança, especialmente porque rejeitou o cargo de ministro das finanças do ditador Al Bashir em 2018.

Após uma tentativa de golpe em setembro, o economista, que retornou a Cartum, a capital, em agosto de 2019, havia alertado que a transição passava por sua "pior" crise.

Seu governo teve que estabelecer instituições democráticas no Sudão, incluindo um parlamento ainda inexistente, e organizar eleições para 2023. Tarefa difícil após 30 anos de ditadura.

Natural do estado de Kordofan do Sul, Hamdok foi elogiado por chegar a um acordo de paz nesta área em outubro de 2020 entre uma coalizão de grupos rebeldes e forças governamentais.

Além disso, sob seu mandato, o Sudão foi retirado da lista dos Estados Unidos de países que apóiam o "terrorismo", após reconhecer o Estado de Israel.

No plano econômico, Hamdok conseguiu que o Fundo Monetário Internacional apagasse uma parte significativa da dívida do país.

Mas as políticas de austeridade solicitadas pela organização afetaram sua popularidade.

O Sudão, com 45 milhões de habitantes, é um dos países mais pobres do mundo. O economista havia prometido combater a inflação e a pobreza.


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