A decisão do presidente, que deve escolher entre os governadores da instituição, deverá, então, ser aprovada pelo Senado.
O atual chefe do Fed (o Banco Central americano) pode obter um segundo mandato de quatro anos, ou pode ser substituído por Brainard, a única governadora democrata da instituição.
Segundo a mídia norte-americana, ambos foram recebidos em 4 de novembro por Biden. Dois dias antes, o presidente havia prometido tomar uma decisão rápida.
No Senado, esta eleição deve gerar debate entre a ala progressista e a ala mais centrista dos democratas.
A decisão é "política, política, política", resumiu o economista-chefe do Wells Fargo, Jay Bryson.
"O que importa é que o presidente Biden escolha alguém experiente e confiável", disse no domingo (14) a secretária do Tesouro, Janet Yellen, à rede CBS. "E há vários candidatos", acrescentou.
"Eu já disse que acho que o presidente Powell fez um trabalho muito bom administrando o Fed, resolvendo problemas, especialmente como a pandemia", acrescentou ela no domingo.
- Apoio republicano -
Yellen foi a primeira mulher a liderar o Fed. Ficou sem um segundo mandato, porém, porque o republicano Donald Trump rompeu a tradição e nomeou Powell em seu lugar.
Powell "é considerado o favorito", disse Bryson à AFP.
"Se hoje Biden pronunciar o nome de Powell, a maioria dos senadores republicanos apoiará sua indicação. Powell seria facilmente aprovado no Senado. Para Brainard, é diferente", ressaltou o especialista.
Ele tem dúvidas, se Biden correrá o "risco de uma grande batalha" pela confirmação de seu indicado em meio a negociações sobre tantas outras questões.
Brainard, que no ano passado foi cotada para o Tesouro, é uma figura que gera menos consenso. Defensora fervorosa de regulamentações bancárias mais rígidas, é apoiada pela "extrema esquerda" dos democratas, que também querem que o Fed se envolva mais nas questões de mudança climática e de justiça social.
Ela é a favor de juros baixos e de apoio à economia. Desde o início da pandemia da covid-19, o próprio Powell foi particularmente favorável a uma política moderada.
Assim, "em termos de política monetária, a diferença é tênue entre Powell e Brainard", observou Jay Bryson, que cita, em particular, a questão da regulamentação bancária.
Além de Powell e Brainard, outros quatro governadores trabalham atualmente no Fed. Também há um cargo vago que a Casa Branca poderia ocupar com alguém de fora, e essa figura poderia se tornar presidente do órgão.
Outros dois governadores deixarão seus cargos até janeiro de 2022. O mandato de Powell termina em fevereiro do ano que vem.
Biden terá, portanto, a oportunidade de dar ao Fed uma nova cor política.
WASHINGTON