O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira (17/11) a reformulação do acordo comercial de 2019 entre a União Europeia (UE) e o Mercosul após as eleições de 2022, depois de criticar um pacto fechado de maneira "precipitada".
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Barco sobrecarregado é encontrado com 10 corpos de imigrantes na LíbiaJovem de 16 anos relata ter sido estuprada por 400 homens na ÍndiaPolemista da extrema direita e potencial candidato à presidência é julgado na FrançaLula, apontado como favorito nas pesquisas caso dispute a presidência no próximo ano, reiterou que a UE deve "entender" que os países do Mercosul devem ter poder exportar produtos manufaturados de maior valor agregado.
O ex-presidente, que visita diversos países europeus esta semana, também considerou "perigoso" que "o Mercosul aceite que a Europa possa participar" nas licitações públicas nos países do bloco sul-americano.
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) fez as declarações em uma entrevista coletiva depois de receber em Paris o "Prêmio à Coragem Política" 2021 concedido pela revista 'Politique internationale'.
A publicação destacou o que considera "a exemplar tenacidade contra as perseguições políticas e judiciais" de Lula, que, também segundo a revista, "encarna a "esperança dos brasileiros decepcionados" com o atual presidente, Jair Bolsonaro.
Fundada em 1978, a revista já concedeu o prêmio ao papa João Paulo II, ao ex-presidente egípcio Anwar al Sadat e ao ex-chefe de Estado sul-africano Frederik De Klerk, que contribuiu para o fim do Apartheid.
As declarações foram feitas antes de uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, também grande crítico do atual acordo entre UE e Mercosul, que ele considera incompatível com a "agenda climática".
Negociado durante 20 anos, o acordo comercial entre os dois blocos enfrenta críticas entre os setores agrícolas na Europa, que se consideram prejudicados em benefício das indústrias da UE que poderão exportar seus produtos para o Mercosul.
Porém, embora um acordo de princípio tenha sido alcançado entre os negociadores, a aprovação não foi concluída, pois o pacto enfrenta a relutância de países como a França, que também terá eleições presidenciais em 2022.