Ele está sendo processado por cumplicidade na provocação de ódio racial e insultos racistas por declarações dadas em 29 de setembro de 2020 na emissora CNews.
Após um segundo ataque à redação do semanário satírico Charlie Hebdo, ele afirmou que os migrantes menores desacompanhados "são ladrões, assassinos, estupradores" e "não têm o que fazer" na França. "Precisam ser devolvidos", acrescentou, à época.
Sua defesa alega que Zemmour apenas "repetiu, com outras palavras", as preocupações expressas pelas autoridades sobre a criminalidade ligada a estes menores. ONGs de defesa dos direitos humanos e antirracistas se constituíram como partes civis no processo.
Zemmour não compareceu à audiência para evitar que "se transforme em estúdio de televisão", disse seu advogado, Olivier Pardo.
Cerca de 20 de seus simpatizantes da chamada "Geração Z" se reuniram diante do tribunal e exibiram a bandeira nacional. No início das sessões, a presidente da corte advertiu que velará pela "serenidade do processo".
Este analista polêmico, de 63 anos, também abalou a campanha eleitoral com suas críticas à migração e ao Islã, e suas referências a uma "identidade francesa" que estaria sob ameaça.
De acordo com pesquisas, ele poderia disputar a eleição presidencial de 2022, junto com o atual presidente, o liberal Emmanuel Macron. Segundo seu entorno, o primeiro comício poderá acontecer no início de dezembro.
A polêmica mais recente foi 13 de novembro, por ocasião do sexto aniversário dos atentados de Paris. Diante da atacada casa de shows Bataclan, Zemmour vinculou a imigração aos ataques e acusou o então presidente François Hollande de não "ter protegido os franceses".
Suas declarações indignaram os sobreviventes e familiares das vítimas. A associação Life for Paris criticou uma "intervenção ruim" que violou "o momento de recolhimento".
"Esta instrumentalização das vítimas (...) nos escandaliza no nível máximo", ressaltou.
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