Muçulmano membro do partido de oposição Congresso, o ex-chanceler Salman Khurshid (2012-2014) publicou um livro em outubro, no qual comparou o nacionalismo hindu que floresceu sob Modi com o extremismo islâmico de grupos como o Estado Islâmico (EI).
A polícia disse que cerca de 20 pessoas de um grupo local de radicais hindus se reuniram em frente à casa de Khurshid na segunda-feira, na cidade de Nainital (norte).
"Gritaram palavras de ordem, atiraram pedras, quebraram janelas, saquearam a entrada e atearam fogo (em uma porta)", disse o chefe da polícia local, Jagdish Chandra, à AFP.
O jornal Times of India informou que o grupo ateou fogo a um busto de Khurshid, fez disparos e ameaçou a nora do cuidador da casa com uma arma.
Khurshid estava fora com sua família no momento do ataque, mas publicou em suas redes sociais imagens do que aconteceu.
"Vergonha é uma palavra insuficiente" para descrever o que aconteceu, afirmou Khurshid nas redes sociais.
Ativistas dizem que as minorias religiosas na Índia, principalmente hindu, enfrentam cada vez mais discriminação e violência desde a ascensão ao poder do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, de Modi, em 2014.
Em 2020, a Comissão americana sobre Liberdade Religiosa Internacional incluiu a Índia em sua lista de "países de preocupação especial" pela primeira vez desde 2004.
O governo Modi rejeita ter uma agenda "Hindutva" ("hegemonia hindu") e insiste em que pessoas de todas as religiões têm direitos iguais no país.
DEHRADUN