Ao decidir o veredicto, é preciso "levar em conta que o acusado causou o incidente" porque, de acordo com a lei vigente no estado de Wisconsin, "não se pode reivindicar legítima defesa contra um perigo que você próprio cria", disse o promotor distrital Thomas Binger.
Em uma encenação, Binger segurou o rifle AR-15 semiautomático que Kyle Rittenhouse, então com 17 anos, levava na noite da tragédia nas ruas de Kenosha, cidade abalada por distúrbios após um erro policial.
Mantendo a assembleia judicial em suspense, o promotor lembrou que a primeira pessoa assassinada pelo estudante do ensino médio "não gostou de vê-lo apontando uma arma" para a multidão, o que explica por que ele começou a perseguir o jovem.
Em 23 de agosto de 2020, quando os Estados Unidos eram palco de gigantescas manifestações contra o racismo e a violência policial, Kenosha explodiu em chamas, quando policiais brancos feriram gravemente um jovem negro, Jacob Blake, com um tiro nas costas.
Na terceira noite dos distúrbios, Rittenhouse se juntou a homens armados que haviam ido "proteger" suas empresas dos rebeldes. Em circunstâncias confusas, ele abriu fogo, matando dois manifestantes e ferindo um.
Acusado de assassinato, Rittenhouse se declarou inocente, alegando ter "se defendido" de agressões. "Eu só queria deter as pessoas que me atacaram", disse ele em meio a lágrimas no banco das testemunhas.
No entanto, para o promotor, Kyle Rittenhouse "estava procurando emoção" e "sabia que haveria violência naquela noite".
Espera-se que os advogados de defesa apresentem seu caso mais tarde, e os jurados terão que se reunir separadamente para deliberar.
WASHINGTON