Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Opas alerta para alto risco de surtos de doenças devido a falta de vacinação

A região das Américas corre um alto risco de surtos de doenças evitáveis, devido à falta de vacinação de rotina por causa da pandemia, alertou nesta quarta-feira a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).



O continente americano tornou-se um líder global no controle da varíola, poliomielite, rubéola, sarampo e tétano graças ao Programa Ampliado de Imunização da Opas, criado em 1977. Mas "reduções significativas" nas taxas de imunização desde a emergência do novo coronavírus, somadas ao relaxamento ou à interrupção das medidas de saúde pública para conter a disseminação da Covid-19, "resultarão previsivelmente" em um aumento de muitas dessas doenças, apontam especialistas da Opas.

"A menos que melhoremos nossos programas de vacinação de rotina, a região corre um alto risco de surtos novos e reemergentes de doenças evitáveis", advertiu Carissa Etienne, diretora da Opas. "A região enfrenta uma crise iminente em torno da vacinação de rotina."

Etienne reconheceu a pressão adicional da crise da Covid sobre os sistemas de saúde, mas pediu aos países da região que revitalizem os programas nacionais de imunização, a fim de evitar um retrocesso nas conquistas obtidas.

A Opas ressaltou que a pandemia não chegou ao fim. Na última semana, foram registrados picos de casos em áreas da Colômbia e da Bolívia, e uma tendência de aumento no Cone Sul, após o relaxamento das medidas de prevenção.



As infecções também aumentaram na República Dominicana, em Trinidad e Tobago e em Barbados, bem como nas Ilhas Cayman e em Dominica. "O momento atual ainda é preocupante. As infecções aumentam em alguns países, e a taxa de vacinação ainda não é a que gostaríamos", observou Etienne.

Embora 48% das pessoas na América Latina e no Caribe já tenham sido totalmente imunizadas contra a Covid, a cobertura ainda é muito menor em alguns países. Em Jamaica, São Vicente e Granadinas e Guatemala, menos de uma em cada cinco pessoas foi imunizada. Na Nicarágua a cobertura permanece na casa de um dígito, e no Haiti menos de 1% das pessoas completaram o esquema de vacinação, alertou a Opas.

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