"Os Estados Unidos e a União Europeia estão entrando em uma nova era de cooperação transatlântica", disse Biden, junto com Von der Leyen, em entrevista coletiva paralela à cúpula do G20 em Roma.
Washington e Bruxelas chegaram a um acordo no sábado para suspender as tarifas adicionais sobre as importações europeias de aço e alumínio, taxas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que prejudicaram o relacionamento bilateral.
"Restabelecemos a confiança e a comunicação", disse a presidente do Executivo Europeu.
O acordo permitirá a entrada com isenção de impostos nos Estados Unidos de uma quantidade limitada de aço e alumínio da Europa.
Em troca, a UE cancela as medidas de retaliação sobre produtos como motocicletas Harley-Davidson e bourbon de Kentucky.
"O botão de reinicialização foi pressionado com sucesso com a administração Biden, em grande parte devido à nossa vontade comum de forjar uma nova agenda comercial", declarou o comissário de Comércio da UE, Valdis Dombrovskis.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, anfitrião do G20, expressou sua satisfação com um acordo "que confirma o fortalecimento das já estreitas relações transatlânticas e a progressiva superação do protecionismo nos últimos anos".
Com o acordo, Estados Unidos e Europa também se comprometem a promover "a descarbonização das indústrias mundiais de aço e alumínio para combater as mudanças climáticas", explicou a Comissão Europeia em nota, na qual lembrou que essas indústrias são responsáveis por boa parte das emissões mundiais.
Segundo a Casa Branca, o acordo visa cooperar para "desestimular o comércio de aço e alumínio de alto carbono".
"Com o fim dessa disputa, estamos em uma posição melhor para lidar com o excesso de capacidade global da China", comentou Katharine Tai, a representante comercial dos EUA, observando "uma vitória significativa em uma das principais prioridades do presidente Biden: a luta contra a mudança climática".
- Guerra comercial -
O governo Trump impôs em junho de 2018, em plena guerra comercial, tarifas adicionais de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio de várias regiões do mundo, como Turquia, China, Canadá, México e União Europeia sob o pretexto para proteger a segurança nacional.
Semanas depois, a UE aumentou as tarifas de importação de motocicletas, jeans, tabaco, milho, arroz e suco de laranja dos Estados Unidos.
Em junho passado, quando foi anunciado um acordo para encerrar uma disputa sobre subsídios para a Airbus e a Boeing, Washington e Bruxelas se deram o prazo até 1º de dezembro para resolver o problema do aço. Se nenhum acordo fosse alcançado antes disso, a UE aumentaria as tarifas sobre os produtos americanos.
"Esperamos que este acordo facilite a cadeia de abastecimento e reduza os custos crescentes", disse a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, enquanto as economias lutam com os gargalos da cadeia de abastecimento.
O acordo "dá algum alívio aos fabricantes americanos que sofrem com a alta dos preços do aço e com a escassez, mas são necessárias medidas adicionais", disse no sábado a Câmara de Comércio dos EUA.
O pacto especifica que todo aço importado da Europa para os Estados Unidos será "fabricado inteiramente na Europa", insistiu o governo americano.
Para a Alliance for American Manufacturing, "este acordo provisório deve agora levar a UE a se juntar aos Estados Unidos para tratar seriamente da participação da China no excesso de capacidade global e exigir mudanças quantificáveis", disse seu presidente, Scott Paul.
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