Jornal Estado de Minas

DAMASCO

Síria denuncia prolongamento das operações militares turcas em seu território

A Síria denunciou neste sábado (30) a renovação da autorização dada ao governo pelo Parlamento turco para realizar operações militares em território sírio, considerando que esta medida ameaça "a paz e a segurança na região".



O Parlamento turco prorrogou na terça-feira por mais dois anos a permissão ao governo para realizar operações militares "transfronteiriças" no Iraque e na Síria, contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e qualquer organização considerada "terrorista" por Ancara.

Antes da votação de terça-feira, a autorização dada às Forças Armadas turcas estava prevista para terminar neste sábado.

"A Síria denuncia com veemência a decisão do Parlamento turco (...), a política do chefe do regime turco representa a partir de agora uma ameaça à paz e à segurança na região", disse uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Síria .

Esta fonte, citada pela agência oficial SANA, condenou a continuação das "agressões militares" da Turquia em território sírio, "que violam as resoluções da ONU".

O exército turco está implantado desde 2016 no noroeste da Síria, na área de Afrin e em Idlib, dois dos poucos territórios sírios que não estão atualmente sob o controle do regime de Bashar al-Assad.

Com a ajuda de grupos sírios com ideias semelhantes, as tropas turcas realizaram três grandes operações nos últimos anos (2016-17, 2018 e outubro de 2019) no lado sírio da fronteira, onde há uma grande presença curda.

Seu objetivo é combater o EI, mas também os combatentes das Unidades de Proteção Popular (YPG), principal milícia curda na Síria, aliada do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo "terrorista" pela Turquia.



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