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Estado de Minas BRASÍLIA

Copom eleva Selic a 7,75%, a maior alta desde 2002, para conter inflação


27/10/2021 20:08 - atualizado 27/10/2021 20:14

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (27) sua taxa de referência, Selic, para 7,75% ao ano - uma alta de 1,5 ponto percentual, a maior em quase duas décadas, para tentar conter a inflação.

A alta da taxa Selic é a sexta consecutiva no ano e está alinhada com as expectativas do mercado, diante da elevação acelerada dos preços e da perspectiva de um aumento dos gastos públicos para financiar o Auxílio Brasil, programa de ajuda social do governo Bolsonaro.

A decisão, informada ao fim de uma reunião do Copom, aprofunda a estratégia de altas implementada até o momento e é o maior aumento da Selic desde dezembro de 2002.

"O comitê considera que, diante da deterioração no balanço de riscos e do aumento de suas projeções, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante", informou o Copom em um comunicado.

Ainda segundo a nota, para a próxima reunião, em dezembro, "o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude", elevando a taxa para 9,25%.

A última vez que a taxa de juros esteve acima de 7,75% foi em 2017.

A Selic estava em 6,25% desde setembro passado, quando o Copom implementou alta de um ponto percentual, assim como no mês anterior, quando acelerou a escalada iniciada em março.

Então, o Copom mexeu pela primeira vez na taxa depois de mantê-la no mínimo histórico de 2% durante um semestre para impulsionar a economia abalada pela pandemia.

Agora, a inflação em ascensão, alimentada ainda mais pelo aumento esperado dos gastos públicos, forçou uma alta superior a um ponto percentual, prevista pelo Copom em sua reunião anterior.

O índice de preços ao consumidor acumulou alta de 10,25% em 12 meses até setembro, superando os dois dígitos pela primeira vez em mais de cinco anos. E os prognósticos para outubro não sinalizam melhoras.

No boletim Focus do Banco Central, a inflação projetada para este ano alcançou 8,96% e a estimativa para 2022 também subiu, a 4,40%, acima da meta oficial, de 3,5%.

- Gastos em alta -

As preocupações com o cenário fiscal dispararam nos últimos dias, após o anúncio do presidente Jair Bolsonaro de que estenderá a ajuda social para quase 17 milhões de brasileiros vulneráveis até o fim de 2022.

A população brasileira sofre o impacto do aumento dos preços, especialmente dos alimentos. E o desemprego ainda afeta 13,7 milhões de pessoas, apesar de ter recuado a 13,2% no trimestre de junho-agosto, o nível mais baixo em um ano.

A iniciativa do presidente, às vésperas de um ano eleitoral, prevê uma manobra para não exceder o limite de gastos públicos, previsto por lei, e que deve ser aprovada pelo Congresso.

Mas a possível superação do teto dos gastos causou inquietação no mercado e uma deterioração das expectativas econômicas daqui em diante.

As preocupações com a situação fiscal, alertam os especialistas, se traduzem em uma percepção maior do risco para a economia, que derruba o real e, portanto, piora o panorama inflacionário.

Para 2022, prognósticos como o do banco Itaú alertam para uma contração de 0,5% do PIB como consequência das taxas altas.


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