Impedido de deixar o Irã, americano foi submetido a cirurgia de emergência em Teerã

Um octogenário iraniano-americano que foi impedido de deixar o Irã, apesar de suas solicitações, passou por uma cirurgia de emergência em Teerã, informou seu advogado nesta terça-feira (26).

Baquer Namazi, de 84 anos, ex-funcionário do Unicef, foi preso em fevereiro de 2016 quando visitava o Irã após a prisão em Teerã de seu filho Siamak Namazi, um empresário.

Ambos foram condenados por "espionagem" em favor dos Estados Unidos. Desde então, Baquer Namazi já foi libertado, mas seu passaporte ficou confiscado e ele ainda está proibido de sair do território iraniano. O Irã não reconhece a dupla cidadania.

Sua família alardeou o caso no início de outubro, exigindo que Namazi recebesse permissão para deixar o Irã para uma cirurgia de emergência, já que a principal artéria de seu cérebro estava 95-97% bloqueada. Como o pedido foi rejeitado, ele foi operado em Teerã.

"A operação parece ter sido um sucesso", disse seu advogado Jared Genser, observando, no entanto, que sua família estava preocupada com a qualidade do atendimento pós-operatório e a ameaça da covid-19 no país.

"Condeno veementemente a decisão do Irã de ignorar sua obrigação internacional de permitir que Baquer viaje ao exterior para receber tratamento", acrescentou.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu ao Irã que mostre compaixão, ressaltando que Namazi precisa estar cercado por seus filhos.

O filho de Baquer Namazi, Siamak, está cumprindo uma pena de 10 anos de prisão após ser condenado por colaborar com um governo inimigo.

Sua família nega formalmente as acusações e diz que ele foi submetido a extensos interrogatórios sobre seu trabalho com instituições americanas.

Pelo menos quatro cidadãos americanos estão detidos no Irã. O governo de Joe Biden pediu sua libertação, enquanto os Estados Unidos tentam reativar o acordo nuclear iraniano de 2015.