Jornal Estado de Minas

TEGUCIGALPA

Quase cem jornalistas foram mortos em Honduras em duas décadas, aponta ONG

Um total de 92 jornalistas, comunicadores sociais e trabalhadores de imprensa foram assassinados em Honduras nas últimas duas décadas, quatro deles em 2020, denunciou o não-governamental Comitê de Livre Expressão (C-Libre) nesta quinta-feira (21), ao apresentar seu relatório anual.



"De 2001 a 2020, foram registrados o assassinato de 92 jornalistas, comunicadores sociais e trabalhadores da mídia no país", observa o "Relatório sobre Liberdade de Expressão 2020" em Honduras, entregue à imprensa em um hotel em Tegucigalpa.

O documento detalhou que em 2020 foram assassinados os jornalistas Germán Vallecillo e Jorge Posadas, do canal 45TV, do porto caribenho de La Ceiba; Luis Almendares, em Comayagua, e Pedro Canelas, dono da Radio Bambi, na região de Mosquitia, no departamento de Gracias a Dios.

Por sua vez, uma delegação da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em visita a Honduras, exigiu em nota do governo "o esclarecimento de 20 assassinatos de jornalistas" registrados por aquela organização desde 2011.

Além disso, a RSF exigiu a "aplicação de uma justiça plena que identifica e pune os verdadeiros responsáveis".

O C-Libre, composto por jornalistas e defensores dos direitos humanos, expressou sua "preocupação com a deterioração vertiginosa do direito à liberdade de expressão e outros direitos humanos, agravada no contexto da pandemia da covid-19 e das tempestades tropicais Eta e Iota", que aconteceram em novembro.

Indicou que depois do golpe contra o presidente Manuel Zelaya, em 2009, "se observou um aumento das violações à liberdade de expressão" no país.

Enquanto isso, a RSF exigiu "a não estigmatização - nos discursos públicos do governo e de funcionários - dos jornalistas ou da mídia independente a proteção de seus direitos e a promoção de um ambiente seguro" para os comunicadores.



audima