"Não vamos agir sob pressão da chantagem. Estamos prontos para o diálogo. Não concordamos com a série cada vez maior de competências (da UE), mas com certeza discutiremos como resolver as atuais disputas", disse Morawiecki ao chegar ao Conselho Europeu para uma reunião de cúpula de líderes do bloco.
A reunião havia sido convocada originalmente para discutir a crise provocada pelo aumento dos prelos da energia, mas o agravamento nas relações entre as instituições europeias e a Polônia acabou ofuscando a agenda.
A tensão nas relações foi exacerbada por uma decisão do Tribunal Constitucional polonês, que considerou aspectos do direito europeu "incompatíveis" com a Constituição do país e, desta forma, questionou abertamente a primazia das normas legais do bloco.
A Polônia, afirmou o chefe de Governo, "reconhece a primazia das normas da UE sobre a lei nacional nas áreas em que as competências foram transferidas à UE", mas acrescentou que "instituições europeias estão assumindo competências que não foram transferidas nos tratados".
A controvérsia gerou esta semana uma troca de ameaças no Parlamento Europeu entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que prometeu usar "todas as ferramentas" contra a Polônia, e Morawiecki, que denunciou uma "chantagem" da UE.
Neste cenário, a chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, sugeriu manter todos os canais de diálogo abertos e evitar o agravamento das tensões.
Ao chegar a Bruxelas para a reunião, Morawiecki teve um encontro bilateral com o presidente da França, Emmanuel Macron, e vai se reunir com Merkel.
BRUXELAS